Chuniti Kawamura |
Mariano teria dormido ao lado da mulher morta. |
Quase doze horas depois de ser morta por agressão, Terezinha Leandro de Souza, 55 anos, foi encontrada por vizinhos em sua cama, na residência situada na BR-116, próxima ao trevo de acesso a Campina Grande do Sul.
O marido dela, Mariano José Souza Brandão, 65 anos, foi preso e autuado em flagrante por homicídio pelo delegado Douglas Vieira, titular da delegacia do município. Apesar de afirmar que quem matou sua mulher "foi Deus", ele contou que foi ele quem a colocou na cama e que dormiu a noite toda ao lado dela morta.
Mariano contou que na sexta-feira saiu de casa e bebeu cachaça. "Depois de tomar uns gole fui para casa e dormi. Acordei às 23h, fui no quintal e achei ela nua deitada na grama. Chamei-a para dentro e ela entrou engatinhando. Depois fomos dormir", disse Mariano. Ele contou que acordou por volta das 11h de sábado e a mulher ainda estava dormindo.
O delegado Douglas Vieira disse que vizinhos do casal foram até a casa à procura de Terezinha e a encontraram morta na cama. "Não sabíamos se era morte natural ou não.
O Mariano disse que ela sofria de epilepsia e nunca tinha ido ao médico. Por este motivo, acionamos o Instituto de Criminalística e o Instituto Médico Legal", explicou o delegado. No local o perito Almir achou o caso estranho. Às 19h30 de sábado, o perito telefonou para a delegacia e contou que nos exames preliminares foi constatado que a mulher tinha lesões no crânio e uma das costelas quebrada", relatou Douglas. Meia hora depois, policiais da DP foram até a casa dos filhos de Mariano, em Borda do Campo, Quatro Barras, e o prenderam em flagrante. "A prisão foi por precaução, já que há indícios fortes de que ele foi o autor do crime. Além disso, apuramos que ele já a tinha agredido outras vezes", salientou
o delegado. Ele disse que em outras ocasiões, a mulher já foi espancada pelo marido e que há cinco anos o Conselho Tutelar retirou dois netos do casal da moradia, porque as crianças eram ameaçadas de morte por ele.
Versão
Ainda apresentando sintomas de embriaguês, Mariano confessou que costumava espancar a mulher. "É que eu bebia uns gole e ela não gostava, mas eu fazia isto quando eu era mais novo. Agora não bati nela", justificou. Ele disse que por volta das 23h encontrou a mulher deitada na grama. "Não podia deixar ela sozinha, sem roupa, lá fora. Então a levei para cama e a cobri. Dormi com ela, para não deixá-la só. Agora se ela morreu não foi porque eu não cuidei, foi porque Deus quis", alegou.