Descontrolado pelo ciúme, Everson Roberto Carvalho, 24 anos, matou a ex-mulher -Margarida Nogarotto, 26 -, a ex-sogra -Helena Nogarotto, 53 – e em seguida se suicidou com um tiro na cabeça. A tragédia aconteceu na Rua Humberto Moro Nogarotto, bairro Campina, em São José dos Pinhais, às 19h30 de ontem. O casal estava separado há cerca de um ano, após um casamento que durou apenas dois meses e cuja separação foi pedida pelo próprio assassino. Eles haviam namorado por mais de dois anos, porém, depois de oficializarem a união, Everson quis retornar à vida de solteiro, alegando não estar preparado para viver preso a alguém. No entanto, arrependeu-se ao descobrir que ela tinha arrumado outro namorado.
Amélia Castilho, amiga da família, foi quem prestou informações aos policiais militares da viatura Rone 5763, que deram atendimento à ocorrência. Ela revelou que, após meses de separação, Margarida arranjou um novo namorado. A partir daí sua vida virou um inferno. Enciumado, Everson começou a vigiar a ex-mulher e sempre ia à casa dela tentar uma reconciliação.
Vingança
Na noite de ontem, passado um ano da separação, Everson perdeu a cabeça. Invadiu a residência de Margarida, onde ela morava com a mãe e outras irmãs, e atirou contra ela, que morreu em um dos vários quartos da casa, com ferimentos na barriga. Ele também matou a ex-sogra, que estava no paiol atrás da casa, carregando caixas de agrião num caminhão, que seria levado hoje (ontem) cedo para a Ceasa (Central de Abastecimento).
Não contente com a brutalidade, Everson foi até a cozinha da casa e atirou contra a própria cabeça, usando um revólver calibre 38. Ele estava com a calça e os sapatos sujos de barro, como se tivesse chegado à casa por um brejo, de forma a ficar escondido aguardando a chegada da ex-mulher.
Violência
A cozinha, uma pequena copa e um quarto, provavelmente o de Margarida, tinham diversas cápsulas e projéteis de revólver no chão. Ao lado de Everson, foi encontrado o revólver calibre 38. No quarto onde Margarida morreu, além das cápsulas de calibre 38, havia também duas espingardas, calibres 28 e 32, e projéteis intactos destas armas. Na mesa da copa havia um revólver calibre 32 com balas deflagradas.
Provavelmente o assassino aterrorizou a ex-mulher, antes de consumar os crimes, chegando inclusive a agredi-la, pois havia um dente com raiz em cima da cama com muito sangue. No canto do quarto a polícia também encontrou um chumaço de cabelo da mulher.
Os policiais não souberam dizer qual das duas mulheres foi morta primeiro, mas é possível que ele tenha executado a mãe de Margarida, para depois espancá-la e também assassiná-la. Às 21h de ontem, os PMs aguardavam a chegada do Instituto de Criminalística, que examinaria os corpos e a cena do crime. Os policiais da Rone, soldados Baura, Diogo e Robetti, além do cabo Ismael, isolaram o local. O caso será apurado pela delegacia de São José dos Pinhais.
