Um caso amoroso com uma mulher casada. Esse foi o erro do técnico em telefonia Metussalem Alves de Lima, 27 anos, e que resultou em sua morte no dia 22 de dezembro, no Jardim Ipê, em São José dos Pinhais. Ontem, a polícia elucidou o crime e prendeu todos os envolvidos no premeditado assassinato. Estão atrás das grades a pivô do assassinato, Rosicléia Reis Pereira, 24; o marido dela, Valdecir Pereira, 35; Lucimar Silva Pereira, 24, e Anderson Pereira,18. Um adolescente, de 16 anos, que é apontado como autor dos tiros, foi apreendido e vai ser encaminhado ao Fórum de São José dos Pinhais.
Depois do assassinato do funcionário da empresa Pampa – que presta serviço terceirizado para a Brasil Telecom – foi dado início à investigação que apontou duas hipóteses: morte devido a descoberta de ligações clandestinas – os chamados "gatos" – ou crime passional.
Investigação
A possibilidade de Metussalem ter sido morto devido ao seu trabalho foi descartada assim que o laudo emitido pela empresa Pampa informou que nos armários onde a vítima trabalhou não havia "gatos". As diligências apontaram que a vítima mantinha um relacionamento amoroso com Rosicléia, mulher casada e que ele havia conhecido quando foi fazer um trabalho na residência dela. "Metussalem foi instalar um aparelho de identificação de chamadas na casa de Rosicléia e ali iniciou-se um romance", explicou o superintendente da delegacia de São José dos Pinhais, Altair Ferreira.
Valdecir ficou sabendo da história e premeditou a morte do rival. Procurou Lucimar e convidou-o a praticar o assassinato. O rapaz indicou um primo seu, de 16 anos, e Anderson para "fazer o trabalho".
Crime
Conforme relato do menor, ele estava na casa de Lucimar – no Jardim Ipê – quando Valdecir chegou para conversar. O marido contou para o garoto que estava sendo traído e perguntou quanto ele cobraria para matar um cara. "Eu não aceitei, mas ele insistiu e …", disse o garoto, confirmando sua participação. Para cometer o crime, o adolescente recebeu um revólver calibre 38 e mais R$ 500,00. Além disso, recebeu as instruções sobre o carro que a vítima trabalhava (modelo, cor e placa).
No dia 22, o menor saiu de bicicleta pelo Jardim Ipê e identificou seu alvo. "Retornei para a casa de minha tia e peguei a arma. Senti uma sensação estranha depois dos disparos", contou o matador. Segundo ele, a ordem recebida era mesmo para matar e não apenas dar um susto. E assim foi feito.
No final da tarde chuvosa, a vítima estava trabalhando num terminal telefônico (armário), de costas para a rua, quando o adolescente passou pelo local de bicicleta e disparou por três vezes. Um dos tiros acertou mortalmente Metussalem. "Eles tentaram ludibriar a polícia, matando enquanto o rapaz trabalhava. Assim, poderíamos pensar que a morte tinha relação com as ligações clandestinas", explicou o superintendente. O policial ressaltou o trabalho desenvolvido pelos investigadores (Sérgio, Mirandinha, Carvalho e Pedroso) e pelo delegado Osmar Dechiche. "A equipe não descansou nem no Natal para finalizar o trabalho", emendou Ferreira.