A Polícia Federal continua investigando as fraudes contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no Paraná. A gerente-executiva do INSS em Curitiba, Eli Maria Marques de Lara, informou que há indícios da participação de mais quatro funcionários do instituto no golpe, que já deu um prejuízo de R$ 1,47 milhão aos cofres públicos.
De acordo com o INSS, no Paraná, foram comprovadas 139 fraudes. Outros 800 casos ainda estão sob investigação. “Era uma ação refinada, de quem é profissional. E, com uma pessoa dentro do INSS, ficava mais fácil conseguir a concessão dos benefícios. Já vínhamos recebendo denúncias de fraudes há bastante tempo. Inclusive há indícios de participações de mais quatro pessoas que trabalham no instituto. A armação foi grande”, afirma Eli Maria.
A descoberta das ações das quadrilhas ocorreu na última terça-feira, com a prisão de cinco pessoas, em Curitiba. Entre os acusados está um servidor do INSS. Além dele, os presos seriam chefes de três quadrilhas investigadas e um intermediário que recebia procurações dos segurados para iniciar o processo de solicitação de benefícios.
As prisões são um resultado do trabalho da força-tarefa “Fraude Zero”. Segundo a superintendente do INSS do Paraná, Elizabeth Lobo Elpo, essas ações em conjunto de integrantes do Ministério Público Federal, INSS e Polícia Federal estão ocorrendo em todo o País. “Ainda não sabemos nomes dos fraudadores porque tudo está sendo mantido em sigilo”, diz.
Elizabeth acredita que a quadrilha atuava há pelo menos três anos na concessão de benefícios previdenciários irregulares, em sua maioria aposentadoria. Além das prisões, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão expedidos pela 1.ª Vara Federal Criminal, para reter os documentos e formulários que podem comprovar as fraudes.
“Acredito que as pessoas que participaram indiretamente, fornecendo os dados para os fraudadores, terão que dar explicações. Não sei se sabiam da armação ou o fizeram de boa fé, mas quem vai decidir isso é a Justiça, que continua investigando o caso”, completa Elizabeth.