Mão-de-obra de detento ganha selo de qualidade

A partir de agora a sociedade vai poder conhecer mais o que os presos andam fazendo dentro do sistema penitenciário. O governo do Estado está lançando um selo para identificar os produtos que ganham o mercado depois de passarem pelas mãos dos internos. Hoje, mais de 60 empresas privadas participam do projeto e dão emprego para 2.281 detentos. A atividade tem-se mostrado um ótimo instrumento de ressocialização. Não é à toa que o índice de reincidência no Estado é o menor do país: 29%, sendo que a média nacional é de 70%.

O logotipo do selo já está sendo distribuído para todas as empresas que participam do projeto. Os próximos produtos a chegarem no mercado já devem trazer a marca "Produzido dentro do Sistema Penitenciário do Paraná". O diretor do sistema, coronel Justino Henrique de Sampaio Filho, comenta que a medida foi tomada para que a sociedade perceba que também tem um papel importante no processo de ressocialização, adquirindo os produtos ou ofertando empregos. "Além disso, estamos desmistificando a idéia de que o preso não faz nada. 75% deles estão envolvidos em alguma atividade, seja trabalho ou estudo, ou as duas coisas", destaca.

Justino comenta que as atividades oferecidas dentro do sistema são as grandes responsáveis pelo baixo índice de reincidência. Segundo ele, mais de 50% dos presos têm menos de 25 anos, não estudaram e nunca tiveram um trabalho formal. Muitos estão tendo, pela primeira vez, a oportunidade de terminar os estudos e aprender um ofício. Depois que voltarem para o convívio social será mais fácil recomeçar a vida tendo uma profissão. Para a sociedade, a mudança de comportamento também é vantajosa -, além de ter uma vida mais segura não terá que arcar com os custos de uma nova internação.

Para o preso, o trabalho se traduz também em um ganho financeiro, recebe até um salário mínimo. Uma parte vai para a família, outra supre as suas necessidades e o restante vai para uma caderneta de poupança. Além disso, a liberdade fica cada vez mais perto. A cada três dias de trabalho consegue diminuir um da pena.

Participação

Foi no início da década de 1990 que os primeiros empresários começaram a se despir do preconceito e dar trabalho à mão-de-obra carcerária. Hoje saem das unidades prisionais diversos produtos, entre eles pães, coturnos de segurança, componentes eletrônicos, capotas para carros, uniformes, entre outros. Além das empresas particulares, 1.053 presos encontram trabalho dentro do próprio estado.

Mas para a idéia seguir adiante é preciso que os empresários continuem apostando nos presos.

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