Por fora, uma casa suntuosa: dentro |
Quem passava em frente à mansão de número 401 da Rua Coronel Joaquim Lacerda, Jardim das Américas, não imaginava que ali dentro a jogatina rolava solta. A casa abrigava um cassino clandestino com 38 máquinas caça-níqueis, apreendidas no final da noite de quarta-feira pelo Cope (Centro de Operações Policiais Especiais). O responsável pelo local desapareceu e seu nome está sob investigação.
A polícia encontrou vestígios de que os donos e jogadores fugiram pouco antes da chegada das primeiras viaturas, às 22h30 de quinta – havia macarrão fresco, recipientes com saladas, copos com bebida e sanduíches mordidos na cozinha. Além disso, todas as máquinas de videobingo e videoloteria estavam ligadas. "Através da imobiliária, ou do proprietário do imóvel, não será difícil encontrar o responsável", disse o delegado Messias Antônio da Rosa, do Cope.
Há cerca de 15 dias a vizinhança começou a perceber movimentação na casa, que anteriormente estava vazia e tinha uma faixa de "aluga-se".
O cassino funcionava numa ampla sala e tinha serviço de cozinha e bar. "Os donos destas máquinas conhecem os jogadores habituais e se comunicam com eles, indicando o endereço", falou o delegado, explicando o funcionamento clandestino destas casas. Quando for identificado, o dono das máquinas terá que responder por exploração de jogo de azar, crime de contravenção penal.
Aparece o dono do cassino
Já está identificado um dos donos do cassino clandestino no Boqueirão, denunciado à polícia pela reportagem da Tribuna na tarde de quarta-feira. O delegado Hamilton Cordeiro da Paz, titular do 7.º DP, informou que o gerente da casa, José Assis Vidal, mais conhecido como "Abdala" foi contratado por Acir Cristiano de Souza, o "Cris". "Já solicitamos o contrato de locação do imóvel para certificarmos quem foi o responsável. Esta pessoa será responsabilizada penalmente", avisou o delegado. Ele acredita que há outras pessoas envolvidas.
O delegado disse que as 56 máquinas foram periciadas e recolhidas no distrito. "Ouvimos quase 40 pessoas, entre os freqüentadores e os nove funcionários, até a 1h da madrugada", comentou o policial. Ele contou que as investigações continuam para apurar outros envolvidos.