Manobra adia julgamento de morte de pedreiro

O julgamento dos cinco acusados de matar o pedreiro Alcides Cândido de Oliveira, que estava marcado para a manhã de ontem, no Tribunal do Júri, foi adiado para 10 de junho por falta de jurados. Segundo o advogado Nilton Ribeiro de Souza, que atua como assistente de acusação, os advogados de defesa usaram uma estratégia antiética. “Eles aproveitaram que nem todos os jurados convocados compareceram e usaram o recurso que permite a cada réu descartar até três jurados. No final das contas, faltou quórum para que o julgamento acontecesse, já que o número mínimo é sete”, explicou.

O pedreiro tinha 47 anos quando foi brutalmente assassinado no Fazendinha, em maio de 2001. Ele saiu de casa, numa noite fria de sábado, para pedir silêncio a um grupo de jovens, que estava na rua ouvindo som alto. Alcides pediu ao grupo que abaixasse o volume, pois sua filha, de 8 meses, não conseguia dormir. Como resposta à reclamação, Alcides levou pauladas e pedradas e morreu em frente à sua casa.

Acusados

Edson Luís Stella, 31 anos, Fábio Stella, 28, Anderson Clayton Rampa Barbosa, 30, Claudinei Laroca, 31, e Antônio Carlos Biscoravaine, 28, são acusados de homicídio duplamente qualificado (motivo fútil e torpe). Dois jovens, que tinham 15 anos, na época do crime, também foram acusados e ficaram apreendidos por três anos.

Familiares de Alcides, que trajavam camisetas brancas, com a foto dele, se disseram indignados, ontem, diante do adiamento da decisão. “Quando a gente acha que essa história vai acabar, mais uma vez ela é protelada”, reclamou Jorgina Oliveira, irmã da vítima.