Um grupo de moradores da Vila das Torres fez um protesto ontem, por volta das 18h, na Avenida das Torres, em Curitiba. Os manifestantes alegam que a Polícia Civil prendeu pessoas inocentes, acusadas de terem participado de um assassinato ocorrido em um estádio de futebol amador na Vila Hauer, em Curitiba, no dia 26 de julho de 2008.
Neste crime, o adolescente Claudenir dos Santos Sauer, de 14 anos, e Luiz Antônio Caldas Silva, de 20, morreram baleados e outras oito pessoas ficaram feridas.
Os manifestantes queimaram pneus e panos velhos na esquina da Rua Baltazar Carrasco dos Reis, mas a Polícia Militar (PM) esteve no local e evitou o fechamento da avenida.
Segundo uma das manifestantes, Venise Trigueiros, seu filho, Alex Carneiro, de 19 anos, foi preso injustamente depois do crime. “A polícia pegou os primeiros que encontrou e prendeu. Meu filho é inocente, estava no jogo do Paraná Clube naquele dia. Muita gente sabe disso, inclusive já foram na delegacia depor a favor do Alex, mas até agora ele está preso”, desabafou a mãe.
Ela disse ainda que outros dois jovens também estão presos, mas as mães deles não puderam comparecer na manifestação. “Não sou de fazer esses protestos, mas não teve outro jeito. Dói muito ver meu filho lá na delegacia, chorando”, disse.
Na época, a polícia acreditava que o crime teria sido motivado por rivalidades entre gangues. Seriam dois grupos: a chamada “Vila do alto” e a “Vila de baixo”, separadas pela Rua Guabirotuba, que passa bem no meio da Avenida das Torres. Segundo a polícia, ambas as gangues teriam envolvimento com o tráfico de drogas.
No dia do crime, por volta das 16h, quando ocorria a final da Copa Boqueirão, três rapazes pularam um dos muros do estádio e dispararam mais de 20 tiros contra um grupo de adolescentes.
Sauer levou um tiro no tórax e morreu no local. Silva foi baleado no abdômen e morreu no hospital. As outras oito pessoas, todas menores de 21 anos, foram baleadas mas já passam bem.