Está mantido numa cela isolada por estar jurado de morte pelos detentos de cadeia, um homem de 46 anos, preso pela Polícia Civil de Sarandi, município da região noroeste do Estado.
Ele é acusado de abusar sexualmente das filhas – 22, 18, e 14 anos – há mais de dez anos, e de uma afilhada de 12 anos. A mãe dessa criança, de 39 anos, também foi indiciada por ser conivente com os crimes. Segundo o delegado Maurício Lima Filho, titular da delegacia de Sarandi, a Justiça decretou a prisão preventiva (180 dias) do acusado.
Para a polícia, disse ser pai-de-santo e incorporar um espírito de um “Japonês”. Seria “esta pessoa” que cometia os estupros. De acordo com o delegado, ele fazia todas as bestialidades possíveis com as jovens. Elas eram obrigadas semanalmente a praticar sexo, pois contava a elas que o espírito que baixava nele as tinham como esposas.
Quando tomaram consciência do atos, elas tentaram evitar, mas o pai ameaçou matar a mãe delas. Quando se recusavam, eram torturadas, com garfos quentes, pontadas de facas e agulhadas.
Os policiais estavam chocados com os depoimentos das vítimas. “Não há como descrever o sofrimento que passaram durante todos esses anos de violência”, disse o delegado. Maurício explicou que a filha mais velha casou e mesmo após o casamento, ele tentou manter relações sexuais com a mulher.
Após mais uma tentativa do pai, cansada da violência, pegou suas irmãs e a afilhada, foi à delegacia e tomou coragem para denunciar o crime. Os abusos, afirmou o delegado, foram comprovados por laudos do Instituto Médico-Legal (IML). Os documentos aceleraram a decretação do pedido de prisão. O caso veio à tona na última segunda-feira e prossegue estarrecendo a cidade.
O delegado disse que, segundo as mulheres, a filha mais velha, de 22 anos, sofre com os abusos desde os 11 anos. A de 18 era violentada há três anos. A garota de 14 anos era vítima do pai desde os 11 e a filhada, de 12 anos, desde os nove anos sofre em suas mãos.
O delegado afirmou que a mãe deverá ser ouvida. Ela estaria internada num hospital da região. A violência era praticada na casa onde moravam, nos quartos das filhas. No momento, pelos relatos das filhas, apenas a mãe da afilhada saberia dos abusos e permitia que ele mantivesse relações com a criança. A menina teria sido dada a ele para ser criada.
O homem vai responder por estupro qualificado. A pena pode chegar a mais de 10 anos de reclusão. O delegado disse que a criança de 12 anos foi encaminhada ao Conselho Tutelar e as demais, estão sob a guarda da irmã mais velha.