Embora procurado por policiais do Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gerco), composto por policiais civis e militares que estão à disposição da Promotoria de Investigação Criminal (PIC), e também por policiais de Rio Branco do Sul e de Almirante Tamandaré, o prefeito Bento Chimelli – de Rio Branco do Sul – ainda não foi encontrado. Ele está com prisão preventiva decretada desde sexta-feira, acusado de receptação de armas de fogo, de utilizar veículos e funcionários da Prefeitura em suas empresas, além de retirar peças dos carros do município para colocá-las em seus automóveis particulares, dentre outros delitos.

Embora a polícia não consiga localizá-los, ontem surgiram informações de que ele foi visto pela manhã, andando pelas ruas da cidade e até teria aparecido na Prefeitura. Seus assessores estão confusos e fornecem informações desencontradas. Enquanto uns dizem não saber onde ele está, outros afirmam que ele viajou e outros ainda garantem que Chimelli está internado em uma clínica particular, por ordem de seu médico.

Manifestação

Também na manhã de ontem, funcionários do município fizeram uma manifestação em frente a Prefeitura, pedindo que a prisão de Chimelli seja relaxada. Com faixas e palavras de ordem eles diziam que o prefeito era uma boa pessoa. No entanto, horas após, pelo menos três dos manifestantes compareceram na PIC e prestaram depoimentos, assegurando que a manifestação foi organizada pelo próprio Chimelli, que ameaçou demitir ou cortar o 13.º salário de quem dela não participasse.

A prisão do prefeito foi decretada depois que policiais, a pedido do Ministério Público, encontraram na empresa Cal Chimelli 10 veículos de procedência duvidosa (muitos sem placa ou com chassi adulterado) e 18 armas (algumas de uso restrito das Forças Armadas). Dentre os carros apreendidos está um Fusca blindado, cujas portas tem burados iguais aos existentes em carros-forte, para utilização de armas.

O advogado do prefeito, Cláudio Dalledone, diz que entrará com pedido de revogação da preventiva, alegando que não há provas contra as atividades ilícitas de Chimelli.

Juíza está sendo ameaçada

A juíza de Rio Branco do Sul, Adriana Ayres, tem recebido ameaças anônimas por telefone, já que tem em mãos processos envolvendo o crime organizado. Ontem, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), com sede em Brasília (DF), divulgou nota de apoio à juíza. O vice-presidente da entidade, Jorge Massad, deve se encontrar pessoalmente com a magistrada ainda esta semana, para manifestar-se pessoalmente, sobre o caso.

Na nota a AMB salienta que Adriana Ayres tem sido obstinada na apuração de fatos que envolvem o crime organizado. E que a entidade acompanha com preocupação os acontecimentos e confia na atuação e no apoio das autoridades constituídas para a necessária apuração desses fatos e responsabilização dos culpados.

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