O escrivão da Polícia Civil Carlos Henrique Dias é o penúltimo envolvido no assassinato do estudante Rafael Rodrigo Zanella, a ser levado a júri em Curitiba. O julgamento começou às 9h de ontem e a previsão de encerramento era para o começo da madrugada.
Dias, na época (em maio de 1997) era escrivão do 12.º Distrito Policial (Santa Felicidade) e está sendo acusado de ter registrado os fatos em inquérito de maneira distorcida, para encobrir a trama montada de forma a acusar o rapaz de tráfico e de ter reagido à prisão.
O advogado de defesa alega inocência do réu, afirmando que ele só chegou na delegacia quatro horas após o crime e limitou-se a escrever o que seus colegas contaram, sem saber que se tratava de uma fraude para acobertar a desastrada operação que resultou na morte de um inocente.
Na terça-feira foi julgado e condenado a 12 anos e 10 meses de prisão o policial Daniel Santiago Cortes, também acusado de participar da manipulação do local do crime para incriminar Zanella.
Mas ele recorrerá da pena em liberdade. E na segunda-feira será julgado o delegado Maurício Bittencourt Fowler, que era um dos delegados da distrital naquele ano.
Teria sido ele quem montou toda a farsa para incriminar Zanella e também prendeu e torturou os amigos que acompanhavam o jovem, para obrigá-los a compactuar com a trama.
Fowler foi demitido da Polícia Civil em 8 de janeiro do ano passado, por prática de conduta irregular, mas continua nos quadros da instituição, pois apesar do decreto governamental da demissão, o Judiciário lhe concedeu liminar em mandado de segurança do Tribunal de Justiça.