Foto: Alberto Melnechuky/Tribuna | |
Assassino invadiu barraco e fuzilou rapaz de 19 anos. |
"É o mesmo assassino!", disseram os vizinhos de Everton Colaço de Meira, 19 anos, morto a tiros, por volta de 21h15 de quinta-feira, em uma viela no meio dos barracos, nos fundos da Rua Chanceler Lauro Müller, no Parolim, fazendo menção aos outros crimes ocorridos durante a semana na vila.
De acordo com os investigadores Gabardo e Sydor, da Delegacia de Homicídios, possivelmente essa informação seja verdadeira. "Estamos investigando, mas as pistas indicam que o atirador é o mesmo que matou Cristiano, na madrugada de hoje", explicou Sydor, referindo-se ao adolescente assassinado às 2h50. Na rua, ninguém viu nada, mas o comentário é que possivelmente os dois atiradores sejam Edivaldo e Maicon, o "Miroca".
Crime
Segundo a informação de Maria Claudete Moreira, avó da vítima, eles estavam em casa vendo televisão quando o assassino bateu à porta. "Achei que era o pessoal da vizinhança, pois bateram e esperaram eu atender. Os dois entraram e atiraram do meu lado. Quase fiquei cega com a fumaça, os tiros passaram pertinho da minha cabeça", contou a mulher. Depois que o corpo foi recolhido, ela juntou suas coisas e foi embora de casa.
Crimes podem ter apenas um autor
Nesta semana, três jovens foram executados e outro dois baleados no Parolin, sempre à noite ou de madrugada. As execuções são imputadas a um indivíduo conhecido por "Edivaldo". Entretanto, a prisão dele não acontece devido à falta de provas, pois os moradores do Parolin falam sobre o matador, mas não formalizam suas declarações na delegacia, o que atrapalha o trabalho policial.
Na edição de ontem da Tribuna foi noticiada a versão da PM para os crimes que proliferam no Parolin. O comandante da 2.ª Companhia do 13.º Batalhão, capitão Tatin, afirmou que o tráfico de drogas é o principal motivo da violência naquela região e que o acompanhamento mais efetivo dos pais na vida dos filhos adolescentes reduziria a violência na região.
Parolin
A seqüência de mortes desta semana no bairro começou com Wellington Guimarães da Silva, de apenas 14 anos, morto com um tiro e dois golpes de faca, na madrugada de segunda-feira. À noite, dois garotos, de 13 anos, foram baleados. Na quinta-feira, às 2h50, na Rua Plácido e Silva, Cristiano Groth Alegri, 17, foi encontrado morto, com ferimentos na cabeça.
O delegado Jaime da Luz, da Delegacia de Homicídios, disse que os casos estão sendo investigados e nos próximos dias poderão ter novidades.
"Um número nas estatísticas"
Desconsolado pela perda do filho, Marins Colaço falou à Tribuna sobre o assassinato de Everton,enquanto providenciava a retirada do corpo no Instituto Médico-Legal. Segundo o pai, Everton não tinha envolvimento com drogas e trabalhava de vez em quando com ele. O que teria ocasionado a execução teria sido confusão existente entre jovens da região. Sobre a autoria do crime, ele preferiu não citar nomes.
A violência que tomou conta do Parolin, durante esta semana, causa indignação nos moradores locais, segundo Marins. "A polícia passa por lá, mas não faz nada. Falta empenho para prender quem está cometendo esses crimes", relatou. O pai afirmou que não acredita no trabalho das polícias e desabafa: "Agora, meu filho é simplesmente mais um número nas estatísticas de mortes".