Quase 48 horas depois de dois assassinatos, a Rua Betonex, Jardim Holandês, em Piraquara, foi o endereço de mais uma execução. Ariel Lourenço, 29 anos, também conhecido por “Gordo”, foi executado com três tiros à queima-roupa, depois de ir a um churrasco promovido por um político. Como de costume, naquela região ninguém soube dar alguma informação que contribuísse com o trabalho da polícia.
Ariel tinha tomado uma cachaça com um amigo em um bar daquela rua e o convidou a “comer uma carne” de graça, na festa que acontecia na Associação, sede do time de futebol local. O amigo disse que preferia ir para casa, e o rapaz seguiu sozinho pela rua. Ao passar na “Toca do Grilo”, convidou Valdecir Porfírio, 26, para acompanhá-lo até o churrasco, atravessando a rua. Valdecir, que pintava a grade do bar, encostou a porta e foi junto. “Lá tinha muita gente, não vi quando ele saiu”, contou. Ele toma conta do estabelecimento, que só abre em ocasiões especiais e nos finais de semana, há 15 dias.
Morte
Foi dentro da “Toca do Grilo” que Ariel foi executado. Ele teria saído logo que entrou na Associação e não muito tempo depois ouviram-se três estampidos, que interromperam a festa. Não se sabe porque Ariel voltou à “Toca”, talvez tenha procurado abrigo para tentar se salvar do assassino. Ele morreu na área de entrada do bar, possivelmente a caminho do banheiro. O perito Adilson, do Instituto de Criminalística, em avaliação preliminar contou de dois a três perfurações na cabeça da vítima. “Os tiros foram deflagrados a curta distância, como indica a pólvora nos ferimentos”, comentou, acrescentando que a arma teria sido um revólver. “Examinaremos melhor o cartucho encontrado para ter certeza, pois ele está muito sujo de sangue”, disse.
Vizinhos de Ariel comentavam que, nos quatro anos, durante os quais ele morou naquele bairro, nenhuma pessoa foi procurá-lo para brigar. “Ele era filho de um sub-delegado aposentado e morava sozinho há dois anos, depois de ter se separado de uma mulher”, relataram os vizinhos, acrescentando que a vítima não incomodava ninguém. Sobre a profissão de Ariel, ninguém tinha muitas certezas. “Ele fazia uns bicos”, disseram.
O caso foi atendido pelos soldados Eliel e Natalino, que repassarão as informações colhidas para a delegacia local. Os investigadores já estão trabalhando nos assassinatos de Marcos Ferreira de Carvalho, 20 anos, e Luiz Aurélio Cavalheiro, 21, mortos na Rua Betonex, quarta-feira de madrugada.
