Mesmo presa, a situação da cafetina Mirlei de Oliveira, 47 anos, parece complicar-se a cada dia. Na tarde de terça-feira, uma ex-funcionária da "Baronesa do Sexo" foi ao 1.º Distrito Policial (centro) e fez outras sérias denúncias contra Mirlei. Segundo a mulher, que está tendo sua identidade preservada, ela está sendo ameaçada pela cafetina e por isso resolveu contar tudo o que sabe à polícia, na procura de proteção.

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Na declaração feita pela ex-funcionária, ela confirma a história que a ex-garota de programa Maria Luiza Carvalho contou à Justiça, quanto ao carro que Mirlei teria mandado queimar para receber o dinheiro do seguro. De acordo com o depoimento, a cafetina chegou na chácara – naquela ocasião – e mandou reunir todas as garotas que estavam morando ali. Ordenou que as jovens fossem passar a noite no Motel Pompadour, dizendo: "Hoje não vai ficar ninguém na chácara porque vai ter um assalto. Estou com problemas na Blazer e o preço do concerto não compensa". No dia seguinte a chácara estava bagunçada, com algumas cadeiras quebradas, sem o televisor e o computador. A Blazer foi encontra horas depois, queimada, na Estrada Roseira, próximo a Piraquara, e o computador foi escondido no sótão da casa.

A partir desta denuncia os policiais do 1.º Distrito Policial darão inicio às investigações, primeiramente entrando em contato com a seguradora. Segundo os investigadores, o valor do seguro ainda não foi pago, porque o carro foi levado para a delegacia do Alto Maracanã antes de ser feita a perícia no local onde tinha sido encontrado.

Drogas

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A ex-funcionária também denunciou a "Baronesa" por tráfico de drogas. Segundo ela, a cafetina guardava pacotes de cocaína na gaveta de seu quarto, e os vendia aos clientes da chácara. Mirlei extorquia um rapaz que era dependente químico, ameaçando contar à esposa e ao filho dele, seu envolvimento com as drogas. "Ele chegava sedento por cocaína e entregava a ela dois cheques, sempre um deles em branco", denunciou a ex-funcionária. Certa vez, o pai do rapaz chegou a ir até a chácara, inconformado com a situação a que seu filho estava sendo submetido, e ameaçou denunciar a cafetina à polícia. "O pai dele disse que não agüentava mais as chantagens de Mirlei e que o rapaz não conseguia deixar o vício porque estava sendo "alimentado? por ela. Por causa disso, Mirlei foi até a delegacia do Alto Maracanã e prestou queixa por ameaça contra o homem", contou a ex-funcionária.

A mulher resolveu fazer estas denuncias porque estaria recebendo telefonemas anônimos e sofrendo ameaças de Mirlei, que afirma que ao sair da cadeia vai se vingar de todas as pessoas que a prejudicaram.

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Sem amigos

Presa há mais de dois meses, após investigações realizadas pelo 1.º Distrito Policial, Mirlei já responde por tráfico internacional de mulheres, à cargo da Justiça Federal, e por outras acusações.Conhecida desde a década de 80 como a mais importante cafetina do Paraná, ela vangloriava-se de ter amigos em todas as esferas da polícia e do judiciário, o que a deixaria impune em qualquer acusação. No entanto, a fragilidade de suas amizades foram reveladas a partir de sua prisão, já que até agora Mirlei não conseguiu a liberdade.