A mãe de Marcelo Cristóvão Firmino Venturi, 27 anos, ajudou a equipe da Delegacia de Homicídios (DH) a prendê-lo. Ele é acusado de matar Maria Josefa Hack, 37 anos, e abandonar o corpo da vítima no porta-malas do carro do marido, no dia 15 de novembro.
Marcelo foi localizado em um ponto de tráfico de drogas, no bairro Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na manhã desta quarta-feira (7). Vários usuários de drogas que estavam no local foram levados à DH para prestar depoimento.
Sangue frio
Para a mãe, Cleuza Firmino, a prisão de Marcelo é um alívio. “Ele tentou acusar o irmão mais novo, só porque ele tem 17 anos e não pode ir pra cadeia. Sorte que o menino já foi liberado. Além disso, ele me batia e entrou na minha casa com oito homens pra me ameaçar. Ele preso, pra mim, é uma vitória”, desabafou.
Ela garante que Marcelo preferiu matar Maria a pagar uma dívida de R$ 200 pelos cuidados que ela teve com o filho do acusado. “Depois do crime ele ainda foi pra internet ver o que estavam falando dele. Ele matava e contava pra todo mundo. É muito sangue frio”, afirma Cleuza.
Suspeito nega
Para a imprensa, Marcelo declarou que devia apenas R$ 50 para Maria da compra de um perfume, mas o valor tinha data para ser pago. Ele não soube informar quanto a própria esposa devia pelos cuidados de Maria com o filho. “Minha mulher é que tinha que pagar ela. Foram só dois dias que ela cuidou do menino. Agora já não sei de mais nada porque minha mulher sumiu no mundo com o meu filho”, lamentou Marcelo.
Ele declarou que a mãe é louca e precisa de internamento. Em depoimento, o acusado alegou que não matou Maria, mas que recebeu ordens do marido dela para abandonar o corpo. “Ele disse que me daria R$ 1 mil reais para eu jogar o carro com o corpo dela em algum lugar. Eu até peguei o carro, mas não consegui levar pra lugar nenhum. Acho que por isso ele não me pagou”, conta.
Para a polícia, a versão de Marcelo não procede. “Ele é frio e mentiroso. Várias testemunhas confirmam inclusive a maneira como ele age, que é sempre a mesma”, relatou o delegado Cristiano Quintas, responsável pela investigação na DH. As investigações apontaram que Marcelo utilizou cabos de informática e de um ferro de passar roupa para esganar e amarrar Maria.
O crime teria sido motivado por uma denúncia que a vítima ameaçou fazer contra Marcelo, que teria agredido o filho. Ele nega a violência. Marcelo também será investigado pela morte de um serventuário da Justiça em 2010, também com cabos eletrônicos. Além disso, ele pode estar envolvido em roubos nos arredores de shoppings, no Centro de Curitiba.