Tânia Djanira Melo Beker de Lorena, 42 anos, e seu companheiro, Everson Luiz Cilian, 29, são acusados de matar Andréa Rosa de Lorena, 23 anos, filha de Tânia.
O corpo da mulher só foi achado pelo marido dela, Juliano Saldanha, embaixo da cama do casal, na terça-feira à noite. O crime foi cometido na casa em que Andréa vivia com o marido e seus dois filhos -, Lucas, 5 anos, e uma menina, de nove meses -, na Rua Aristeu Luciano Adamoski, Jardim Menino Deus, em Quatro Barras.
Segundo apurado até agora, Tânia teria concretizado a ameaça que vinha fazendo: ?Vou ficar com a criança (Lucas), nem que isso custe a vida da minha filha?. Andréa foi estrangulada com fios de luz, provavelmente ainda na tarde de segunda-feira. Os acusados estão foragidos. Além de ficar com o pequeno Lucas, há informações que Tânia também quisesse vender a filha de Andréa.
Juliano contou que Tânia tomou conta do filho de Andréa, em Ponta Grossa, enquanto a mulher se recuperava de um acidente de moto. Porém, quando foi buscar seu filho, meses depois, Tânia se recusou a entregá-lo. A disputa resultou em processo judicial, vencido por Andréa. Nesse meio-tempo, a mulher conheceu Juliano e os dois foram morar em Quatro Barras, onde vivia o pai de Andréa.
Reprodução |
Tânia e seu companheiro Everson são procurados. |
Pouco tempo depois, Tânia e Everson vieram a Curitiba e mantinham contato com Lucas. Na segunda-feira, o casal foi visitar Andréa, levando alimentos e fingindo terem esquecido a briga judicial. Segundo Juliano, eles ?se convidaram? para almoçar. Os dois casais e as duas crianças comeram juntos, e Juliano saiu para trabalhar. Por volta das 16h, Andréa teria feito seu último contato com o marido, trocando recados pelo celular.
Crime
Quando chegou do trabalho, por volta das 19h de segunda-feira, Juliano perguntou pela esposa. Tânia e Everson mentiram, dizendo que ela tinha saído com a irmã e já voltaria. Em seguida, Everson começou a fingir que passava mal e pediu que Juliano o levasse ao hospital. No Hospital Angelina Caron, o marido de Andréa notou que o homem estava fingindo. Desconfiado, voltou correndo para casa, e já encontrou as malas de Lucas sobre o sofá.
Tânia conseguiu sair da casa com Lucas no colo, mas foi alcançada por Juliano, que a seguiu de moto e resgatou a criança. Em seguida, começou a procurar pela esposa.
A Polícia Militar, com ajuda do pai de Andréa, passou a noite fazendo buscas na região, mas não encontraram pistas da mulher.
Na manhã de terça-feira, Juliano registrou um boletim de ocorrência de desaparecimento, na delegacia de Quatro Barras. Continuou a busca, até que à noite, quando preparava a cama para dormir, encontrou o corpo da jovem, embaixo da cama, ainda com o fio enrolado no pescoço.
?Na hora eu tive um choque. Achei que eu estava sonhando. Corri, tirei as crianças de dentro de casa e voltei para me certificar. Ela estava lá, com o rosto machucado e estrangulada?, contou o Juliano, sem conter as lágrimas.
Ameaças eram conhecidas
De acordo com a delegada Margareth Alferes de Oliveira Motta, de Quatro Barras, a avó já havia espalhado para alguns vizinhos que queria ficar com o garoto, inclusive sob ameaças de matar a filha. Também descobriu que Tânia tinha intenção de vender a outra neta, o bebê de nove meses, por R$ 2 mil.
Juliano contou que, após se separar do pai de Andréa, Tânia se uniu a outro homem. Ao lado de um companheiro bem mais jovem, ela desejava constituir nova família, porém como já não podia mais ter filhos, queria ficar definitivamente com o neto.
A delegada interrogou também a irmã de Andréa. Ela negou ter saído com Andréa, e afirmou que naquele dia pela manhã, também viu Everson carregando a sacola com fios de luz. Apesar de alegar que não sabia nada do plano macabro da mãe e do padrasto, a jovem sumiu depois que foi interrogada. Margareth conta que já tem pistas sobre o paradeiro do casal de assassinos. (GU)