Com pancadas na cabeça e facadas no coração, Delceni do Amaral, 25 anos, matou seus sua filha, de 7 anos, e seu filho, de 10, em Palmeira, nos Campos Gerais, a cerca de 100 quilômetros de Curitiba. O crime aconteceu no terreno da casa onde a família mora, na Colônia Santa Bárbara, área rural do município. A mulher foi presa em flagrante e confessou a barbárie. O motivo, segundo ela, era a falta de condições financeiras.
O delegado Leonardo Bueno Carneiro, da 13.ª Subdivisão Policial, afirmou que Delceni arquitetou o crime durante o dia. “No depoimento, ela contou que passou o dia lavando roupas e lembrando do tempo em que morava com os pais, quando tinha conforto e não passava necessidade. Ela pensou em uma forma de matar os filhos, deixou a barra de ferro e o punhal separados, e esperou a noite chegar”, explicou o delegado.
Trauma
Segundo o policial, quando o marido dela, de 67 anos, e o cunhado pegaram no sono, Delceni atraiu as crianças para os fundos da casa. “Ela contou que primeiro levou a menina, com a desculpa de que não queria ir até a privada sozinha. Quando se afastaram da casa, a mãe mandou a garota fechar os olhos e morder um pedaço de pano, para que não fizesse barulho. Em seguida, a golpeou com uma barra de ferro na cabeça. A garota caiu e a mulher então cravou o punhal no peito da menina”, descreveu o policial. Cerca de dez minutos depois, ela fez a mesma coisa com o garoto.
Quando a polícia chegou na casa, Delceni alegou que havia sido atacada e agredida por três homens, e não soube explicar como as crianças foram mortas. No entanto, o delegado notou que ela não apresentava nenhuma lesão que pudesse ter tirado sua consciência. “Durante o caminho até a delegacia, após questionamentos dos policiais, ela confessou o crime e disse que jogou o punhal na privada”, afirmou Carneiro.
Revolta
Delceni passou a noite no xadrez da delegacia, e, de manhã, foi levada para a cadeia feminina de Ponta Grossa. Quando as presas descobriram o motivo de sua prisão, se revoltaram e ameaçaram iniciar uma rebelião ou matá-la caso não fosse retirada da cadeia. “Tivemos que levá-la novamente para a delegacia e vamos esperar uma decisão judicial, para saber para qual cidade ela será transferida”, completou o delegado.