Foto: Átila Alberti/Tribuna
Lembrança pela ajuda
para superar a dor.

"A família agradece o carinho e força que deram à Giovanna" este é o texto que compõe, junto com uma rosa branca, a lembrancinha que será distribuída hoje, durante a missa de sétimo dia da menina, a ser realizada às 19h30 na igreja matriz de Quatro Barras.

continua após a publicidade

É na religião que os pais de Giovanna, Altevir Costa, 39 anos, e Cristina Aparecida Costa, 31, buscam forças para superar a dor. Cristina conta que, no dia que o corpo da filha foi encontrado, ela teve um pressentimento. "Eu senti que Giovanna me abraçou e disse que me amava", contou emocionada. O marido, que é marceneiro e trabalha nos fundos da casa, disse que também sentiu a presença de Giovanna brincando com a serragem, como a filha costumava fazer. Nesse dia, ele não conseguiu mais trabalhar. "Nós todos estamos muitos abalados. Por isso meus filhos só vão para a escola na próxima segunda-feira. Quero poupá-los, pois sei que as outras crianças vão fazer muitas perguntas", disse Cristina.

União

Enquanto os moradores do Jardim Patrícia se unem na busca pelo assassino, os boatos sobre o crime tomam conta das rodas de bate-papo entre vizinhos, e muitas destas informações errôneas chegam até a família. Para evitar sofrimento ainda maior, Cristina, o marido e ou outros quatro filhos evitam sair de casa. "A cada hora vem alguém aqui dizer que encontraram o assassino ou que certa pessoa foi vista lavando roupas sujas de sangue. Depois que prenderem quem fez isso com Giovanna nós vamos voltar a viver", disse Cristina. "Tenho fé que esse monstro vai ser encontrado e que um dia eu vou me encontrar com a minha filha. O meu consolo está em Deus", finalizou Cristina. (PC)

Laudo comprova atrocidades contra menina

continua após a publicidade

O laudo da necropsia do corpo de Giovanna dos Reis Costa, 9 anos, entregue à polícia ontem pelo médico legista, concluiu que a menina morreu porque foi esganada e sufocada. Os exames também revelaram que o assassino introduziu um objeto na vagina da criança, causando deslocamento de órgãos internos e hemorragia. Há possibilidade de a menina também ter sido estuprada, porém não foi possível coletar resíduos de sêmen, uma vez que o assassino lavou o corpo antes de jogá-lo no matagal do Jardim Patrícia, em Quatro Barras. Esse detalhe reforça a hipótese de o crime ter sido cometido dentro de uma casa da região.

O fato de as roupas de Giovanna terem sido encontradas ao lado da casa de uma cartomante, e da moradora estar viajando desde a semana passada, levantaram algumas suspeitas contra a mulher. Ontem à tarde, o trabalho dos investigadores da delegacia da cidade estava concentrado em identificar a mulher. Na casa da cartomante os policiais recolheram vários panfletos com apelidos como Dona Diva, professora Idalina e madame Cecília, porém nenhum documento ou recibo de compra com sua verdadeira identidade foi encontrado. "Até a casa que ela mora está locada em nome de terceiros. Estamos trabalhando agora para identificar a mulher e depois descobrir onde ela está. A cartomante é apenas uma suspeita, mas precisamos esgotar todas as possibilidades", disse o superintendente da delegacia local José Carlos França.

continua após a publicidade

Alguns objetos da casa dela, assim como de residências de outros moradores da região, foram levados por peritos ao Instituto de Criminalística. Não há previsão de quando o resultado das análises serão entregues. Eles buscam algum vestígio de sangue ou de secreções nos objetos.