O corpo de um homem carbonizado foi encontrado, por volta de 8h de ontem, na entrada da Vila Pantanal, Alto Boqueirão. O cadáver, que estava num matagal próximo ao pátio da América Latina Logística (ALL) e à ponte na continuação da Rua Itapejara do Oeste, foi localizado por um morador da região.

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Instantes depois, uma mulher se aproximou do cadáver dizendo que se tratava do filho, Davi Cardoso, 35 anos, que já estivera várias vezes internado por conta de problemas mentais e pelo vício em crack, além de ter sido preso há pouco tempo por necrofilia (fazer sexo com cadáver). A autoria e motivo do crime estão sendo investigados pela Delegacia de Homicídios.

Mãe de sete filhos, Luci Barbosa da Fonseca, 55, não teve dúvidas em afirmar que a vítima era mesmo Davi. Apesar de estar carbonizado, ela reconheceu o filho pela blusa de lã verde e vermelha que ele vestia e a cicatriz que tinha na testa.

Segundo ela, Davi tinha problemas mentais e há dois anos começou a usar crack. Como ele trazia transtorno para a família, Luci expulsou Davi de casa e ele passou a perambular pela região.

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Na noite de domingo, um carrinheiro que passava pelo local ouvi gritos e um rapaz, provavelmente Davi, correndo. No entanto, a testemunha não avistou mais ninguém na rua. Na manhã de ontem, um rapaz que levava os cavalos para pastar no matagal encontrou o corpo.

“Por causa do estado do corpo, não é possível afirmar se foi baleado ou esfaqueado antes de ser queimado”, disse o sargento Paulo Sérgio, do 20.º Batalhão da PM.

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Alívio

Segundo Luci, Davi era uma pessoa que só trazia transtorno à família. Para ela e a filha Daiane, a morte foi um alívio. Elas explicaram que Davi tinha a cicatriz porque costumava se autoflagelar batendo com telhas na cabeça.

Na semana passada, ele invadiu a casa de uma mulher e surpreendeu a moradora que trocava de roupa. Populares ficaram revoltados e espancaram o incapaz, que foi encaminhado ao Hospital do Trabalhador.

Entre os atos insanos de Davi estava violar túmulos e manter relação sexual com os cadáveres. Há poucos anos, ele chegou a ser preso e encaminhado ao 7.º Distrito Policial pelo crime.

A mãe conta que Davi foi encaminhado ao Complexo Médico Penal e, depois que o filho saiu de lá, ela tentou interná-lo. Mas o esforço foi vão. “Ele já teve 11 internamentos e foi e preso várias vezes”, contou Luci. Como se não bastasse a doença, Davi começou a usar crack e passou a roubar para sustentar o vício. “Ele pegava até galinha e brinquedo de criança”, revelou a irmã.

A família não suportou as maluquices do filho e só restou expulsá-lo de casa. “Esse é meu segundo irmão que é assassinado”, contou a irmã. Apesar de não ser perturbado mentalmente, o outro irmão, segundo Daiane, tinha “vida louca” e morreu durante confronto com policiais. Para ela, quem ateou fogo no irmão não mora na Vila Pantanal. Apesar das loucuras, o pessoal da vila não faria mal a ele, suspeita a irmã.