“Fugir do meu filho nunca passou pela minha cabeça”, afirmou a cobradora Silvana Taborda de Lima Margarida, 39 anos, mãe de Jonathan Claudemir Margarida, 21.
Ela contestou informações divulgadas sobre o assassinato do filho – em 25 de setembro – que a família estaria de mudança e não informaria o novo endereço ao rapaz. Ela teria medo que as “más companhias” do rapaz os localizassem e fizessem algo com a família. “Isso não é verdade. Por causa do que foi dito, alguns dos meus colegas de trabalho acham que sou a pior mãe do mundo”, relatou Silvana.
Jonathan foi morto na Rua Ernesto Germano Hannemann, Tatuquara. Ele andava na rua, quando dois indivíduos num Golf bordô se aproximaram e o fuzilaram. A mãe descobriu, um mês antes do assassinato, que o jovem estava envolvido com o tráfico de drogas.
Depois do crime, soube que ele foi morto em disputa por ponto de venda de entorpecentes. Antes, pensou até em denunciar o filho à polícia, preferindo que ele fosse preso a ser morto.
“Desconfiávamos que ele fazia algo errado, pois se sustentava sozinho. Pensei até que estivesse roubando. Eu até olhava a Tribuna de vez em quando, para ver se ele não tinha sido preso. Mas nunca me passou pela cabeça que era traficante. Ele me dizia que andava fazendo bicos como vidraceiro”, contou a mãe, que insistia para que o filho deixasse o tráfico.
Mudança
Segundo declarou uma tia de Jonathan, no local do crime, a família estava com a mudança marcada e o endereço não seria revelado ao rapaz. “Ele sabia meus telefones, onde trabalho e para onde eu ia. Era muito carinhoso conosco, me pegava no ponto de ônibus todos os dias. Vivia me trazendo mimos e agrados. Amava os irmãos mais novos e nunca deixava de vê-los. Meu único medo era que traficantes machucassem meus outros dois filhos, por vingança. Mas nunca, em hipótese nenhuma, pensei me afastar dele”, explicou Silvana.
A cobradora diz se sentir culpada pelo filho ter se envolvido com drogas. “Acho que ele ficou cansado, de tanto eu pedir para ele estudar e trabalhar. Era minha única briga com ele”, disse. A Delegacia de Homicídios (DH) ainda não descobriu quem matou Jonathan.