A busca incessante da família de Josimar Diego de Lima, 21 anos, atrás do homem que assassinou o jovem no ano passado, terminou na noite da última terça-feira. A mãe de Josimar encontrou Jefferson Alves de Souza, 23, o “Jeff”, numa lanchonete próximo ao terminal do Pinheirinho, em Curitiba.
Ela chamou ajuda da Guarda Municipal, que deteve o jovem e o levou até a Delegacia de Homicídios (DH). “Jeff” estava com mandado de prisão preventiva por homicídio em aberto desde 5 de setembro de 2008. A quadrilha da qual ele fazia parte foi presa em outubro.
A mãe de Diego, que pediu para não ter o nome divulgado, contou que desde a morte do filho, no último 22 de julho, ela tentava ajudar a polícia procurando o autor do assassinato. Recebeu várias informações de que “Jeff” andava nas proximidades da Rua da Cidadania do Pinheirinho. Terça à noite, numa das muitas vigílias que ela fazia por lá, encontrou o acusado numa lanchonete da Avenida Winston Churchill.
Na DH, “Jeff” chorou ao negar participação no crime. Ele diz que conhecia Josimar, mas não sabe quem o matou. A mãe da vítima confirmou que os dois eram amigos desde a infância. “Mas meu filho acabou se envolvendo com drogas. Acho que ficou devendo para o ‘Jeff’ e foi morto por ele”, supôs a mãe.
Quadrilha
Segundo levantou a polícia no ano passado, Josimar e “Jeff” faziam parte de uma quadrilha de tráfico de drogas. Segundo o delegado Jaime da Luz, titular da DH, o bando se intitulava como “Turma dos Vagais” e tinha até página no site de relacionamento Orkut.
Aos que tivessem dívidas com o grupo, automaticamente estavam com a sentença de morte decretada. Por conta disso, o bando seria responsável por pelo menos cinco homicídios na região do Pinheirinho e Capão Raso, quase todos com algum requinte de crueldade.
A polícia identificou o grupo e, em 14 de outubro, prendeu Solange de Souza Alves, 49, a “Sola”; José Eugênio do Nascimento, 42, o “Nego Genho”; Marcos Aurélio Batista dos Santos, 30, o “Wiskey”; e Daniel Rodrigues Damasceno, 31. “Jeff”, sobrinho de Solange, foi o único a não ser preso, mas continuou com o mandado de prisão em vigor.
Envolvimento
Josimar e Rafael Ricardo de Carvalho, 20, seriam membros da quadrilha. Rafael também foi assassinado a tiros, quase dois meses antes de Josimar, em 6 de junho.
Os dois foram assassinados na casa de “Nego Genho”, que negou envolvimento na morte dos dois. Segundo apurou na época a delegada Iara Dechiche, da DH, Josimar e Rafael deveriam ajudar o bando traficando drogas. No entanto, passaram a consumir o entorpecente que deveriam vender e foram mortos.
Quando a quadrilha foi presa, o bando alegou que era Josimar quem aterrorizava o bairro, negando também a autoria da morte do rapaz. Iara indiciou os quatro detidos por tráfico de drogas e homicídio.
As vítimas da quadrilha, todas viciadas, deviam dinheiro de drogas ao grupo. O primeiro foi um rapaz identificado como “Ricardinho”, em 5 de janeiro, morto com mais de 30 facadas. Em 7 de abril, Marcelo Godoy da Silva, 28, foi morto com facadas e tiros. Dois meses depois, Jorge Luiz Alves de Souza, 45, levou 14 facadas e teve o pênis decepado. Depois seguiram as mortes de Rafael e Josimar.