Elza Dias, mãe do adolescente Edeone Estevan, 15 anos, procurou a delegacia de Piraquara para denunciar que seu filho foi executado por policiais militares. O garoto foi morto a tiros junto com o vizinho dele, Luís Cláudio Duarte Pinto, 28 anos, na madrugada de domingo, no quilômetro 91 da BR-116 (Contorno Leste), bairro Águas Claras, em Piraquara.
De acordo com a mãe, Edeone era usuário de crack e já tinha passagens pela polícia por furto, roubo e uso de entorpecentes. Há pouco tempo começaram a desaparecer objetos de sua casa e, por esse motivo, mandou que o filho fosse embora. O garoto foi morar em uma casa abandonada, próxima à sua, no Jardim Independência, em São José dos Pinhais.
Elza contou à polícia que na manhã de domingo foi procurada por um amigo de seu filho. O rapaz disse que Edeone e Luís Cláudio estavam arrombando residências no bairro, quando foram presos por policiais militares. Os dois foram colocados na viatura, que deixou o local.
Imaginando que o filho estaria novamente preso, Elza procurou a delegacia de São José dos Pinhais para saber dele e obteve a informação que nenhum menor havia sido detido naquele dia. No dia seguinte, soube por um vizinho que haviam encontrado o corpo de um garoto aparentando 15 anos, que tinha uma tatuagem no braço escrito “Fanáticos” e as mesmas características de Edeone. Elza se dirigiu ao Instituto Médico-Legal e reconheceu o filho, na tarde de segunda-feira. Na ocasião, ela denunciou o fato ao repórter Thiago Silva, da Rádio Banda B. Em seguida, procurou a delegacia.
O superintendente Valdir Bicudo informou que está trabalhando nas investigações do duplo assassinato. “Por enquanto, nenhuma hipótese está descartada. O delegado Germínio já instaurou inquérito policial para apurar todos os fatos”, disse Bicudo.
De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Militar, a corporação ainda não recebeu nenhuma denúncia formal sobre o caso, mas assim que for informada irá instaurar procedimento para apurar se há ou não envolvimento de policiais militares no fato.