A cada dia, quatro crianças são vítimas de pedofilia em Curitiba e Região Metropolitana.
A cada oito minutos, uma criança é violentada no Brasil. Estas são as constatações alarmantes da sargento da Polícia Militar (PM) Tânia Mara Guerreiro, que trabalha no atendimento a vítimas de abuso sexual há cerca de 25 anos. Agora, a sua luta é pela inserção do crime de pedofilia no Código Penal, o que não existe hoje. Ontem, ela fez uma palestra na tribuna livre da Câmara Municipal de Curitiba e fez um apelo aos vereadores para que assinem e repassem aos seus conhecidos o abaixo-assinado que pede a mudança no código.
?Nós precisamos do apelo popular para que isso aconteça. Temos que conseguir um milhão de assinaturas?, afirmou. Segundo Tânia, quando se trata de punição o que existe hoje é a chamada ?violência presumida?, que seria o estupro quando a vítima não é maior de 14 anos (que prevê pena de seis a dez anos de detenção). ?Queremos que o crime de pedofilia seja tipificado como hediondo. Pedofilia não é só estupro, basta que a pessoa exiba seus órgãos genitais à criança?, alertou. Para a policial, um dos principais problemas em punir o pedófilo é que em quase 90% dos casos ele é integrante da própria família da vítima. ?Eu já atendi vítimas de pais, padrastos, tios, irmãos mais velhos e até mães. E o pior é que nem sempre o crime chega ao nosso conhecimento, é muito comum que até mesmo as mães sejam coniventes?, lamentou.