Lotérico do Mercês já ‘contabiliza’ oito assaltos

“Nunca antes na história desse País se aprovaram leis tão brandas” é a frase estampada em frente à lotérica de Valsir Sgarbi, 65 anos, na Avenida Manoel Ribas, Mercês. A faixa foi a forma que ele encontrou para protestar contra os seguidos assaltos sofridos nos últimos meses em seus seis estabelecimentos espalhados por Curitiba. Foram oito assaltos, seis em apenas três semanas. Após a colocação da faixa, foram mais dois, o último em 5 de outubro.

Valsir, que em julho pagou a um sortudo da Mega-Sena o prêmio de R$ 27 milhões e ficou com a fama de “pé-quente” na região, estima prejuízo de R$ 35 mil com os assaltos. “Vivemos momentos bons e ruins. Esses assaltos nos desanimam e nos desestimulam. Mas as dificuldades não são só minhas, mas de todos os comerciantes”, diz.

Julgamento

Um dos assaltantes da lotérica foi julgado e condenado a pouco mais de um ano de prisão, em regime aberto, segundo Valsir. Por isso, ele critica as leis por falta de rigor. “Ele começou a cumprir a pena em liberdade. Me doeu o coração. A Lei não leva para a prisão quem erra e comete crimes, nos deixando à mercê desses bandidos. Levamos provas, imagens para a delegacia, mas sabemos das dificuldades dos policiais”, analisa.

Valsir conta que a maioria das ações aconteceram à mão armada, porém, sem violência por parte dos bandidos. “Às vezes eles saem rindo da nossa cara. É tudo muito triste nessa situação”.