Estão marcados para a próxima segunda-feira os interrogatórios do cunhado e dos dois irmãos do caminhoneiro Claudemir Batista Severino, 45 anos, linchado sumariamente após o acidente que pôs fim à vida de cinco pessoas da mesma família, no último sábado, na Barrerinha. Duas mulheres já foram interrogadas na Delegacia de Homicídios.
De acordo com o delegado Maurílio Alves, responsável pelo caso, na última quarta-feira foram interrogadas a proprietária do bar onde Claudemir teria ingerido uma dose de vodca e uma cerveja, e a esposa de Altair Carmo da Silva, 36 anos, que ocupava o banco do motorista do Kadett placa AHD-2732, esmagado pelo caminhão. Segundo o delegado, o depoimento das mulheres não foi suficiente para apurar os nomes dos envolvidos no linchamento do caminhoneiro. "A mulher de Altair se feriu ao tentar socorrê-lo e foi hospitalizada, por isso não viu quem participou do linchamento. Porém, ela forneceu os nomes de outros parentes que estavam na festa e que também deverão ser interrogados", contou o delegado.
A partir das 9h de segunda-feira, Maurílio irá interrogar os dois irmãos de Claudemir, sendo um deles proprietário do caminhão envolvido na tragédia e o outro acusado de tentar atropelar as pessoas que estavam no local, após o acidente. Também estão previstos os depoimentos de Sirlei Dias da Cruz, 19 anos, a única sobrevivente que estava dentro do carro, e da filha de Altair, a jovem de 15 anos que comemorava seu aniversário na noite de sábado. "Acreditamos que a partir destas oitivas possamos identificar quem agrediu Claudemir até sua morte", finalizou o delegado.
Sobrevivente
A história de vida da jovem Sirlei, que viu o marido e a filha morrerem no acidente, comoveu diversas pessoas e despertou uma rede de solidariedade que promete mudar sua vida para sempre. A jovem recebeu diversas ligações de pessoas interessadas em ajudá-la, entre elas de um empresário, que prometeu doar uma casa de 40 metros quadrados, e de uma mulher, que garantiu custear seus estudos. A prefeitura de Almirante Tamandaré também está estudando a possibilidade de doar um terreno para que Sirlei possa construir seu lar e lhe dar um emprego. Enquanto as doações não forem efetivamente viabilizadas, a jovem ficará na casa de uma funcionaria do Posto de Saúde do Cachoeira, Almirante Tamandaré, que se propôs a cuidar dela com a ajuda de outros funcionários e enfermeiras da Unidade de Saúde.