Líder do PCC condenado

Daniel Vinícius Canônico, o ?Cego?, integrante da facção criminosa paulista Primeiro Comando da Capital (PCC), foi condenado por homicídio simples ontem, no Tribunal do Júri, em Curitiba, por quatro votos a três. A pena é de dez anos e seis meses. Em meio a um rigoroso esquema de segurança montado, o julgamento aconteceu a portas fechadas, sendo permitida apenas a presença da imprensa. O julgamento foi presidido pelo juiz da Segunda Vara do Tribunal do Júri, Rogério Etzel.

Canônico, que é porta-voz do líder do PCC, Marco Willians Herbas Camacho, o ?Marcola?, estava sendo acusado pelo Ministério Público do Paraná pela morte do policial militar José Carlos Vilas Boas durante uma fuga que ocorreu em 25 de fevereiro de 2000, enquanto cumpria pena no presídio do Ahu, em Curitiba. Na ocasião, oito presos fugiram.

Para a promotora de Justiça Lúcia Inês Giacomitti Andrich, Canônico seria o responsável por elaborar o plano de fuga e conseguir as armas que seriam utilizadas durante a ação. O disparo que matou o policial teria sido feito por outro preso, Vanderlei Just, já condenado, mas Canônico também foi acusado porque as armas seriam suas.

A defesa insistiu na tese de que a participação de Canônico limitou-se à fuga, aproveitando a oportunidade que aparecera. ?Nenhum dos agentes viu Daniel atirar ou ter alguma atitude violenta contra policiais. No processo, não existe prova contra o Daniel?, afirmou o advogado de defesa, Rogério Azevedo.

Durante o julgamento, o réu disse que apenas tinha ouvido boatos sobre a fuga, mas que não teve participação no planejamento da ação. ?Minha cela ficava perto do muro e a porta da cela estava aberta. Todas as celas eram trancadas só às 16h. Fui um dos retardatários, saí bem depois dos outros?, narrou.

Canônico percorreu uma distância de 100 a 150 metros depois de cerrar as grades da janela de sua cela e descer por uma espécie de corda, já que estava no terceiro andar. Enquanto fugia, disse apenas escutar os disparos. ?Eu não tinha como ver quem atirava e não vi nenhum preso armado, por isso deduzi que eram policiais atirando. Só soube depois, por intermédio da imprensa, que o policial tinha sido atingido?, disse. Como o crime de fuga já prescreveu, Canônico foi julgado apenas pelo crime de homicídio.

Canônico devia retornar ontem mesmo para o presídio de Presidente Bernardes, no interior de São Paulo. Ele já tem condenação por assalto à mão armada e por porte de arma.

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