Segurança passageira

Legiões de policiais vistos na Copa vão embora e não voltam

A população gostou muito do policiamento durante a Copa do Mundo, com jogos em Curitiba. O Paraná Online buscou saber de onde vieram tantos policiais, se eles vão permanecer ou se vão “desaparecer”, já que no dia seguinte ao último jogo do mundial na Arena da Baixada, os policiais que se viam nas esquinas de vários bairros sumiram.

Nos últimos anos, a Polícia Militar não fala sobre quantidade de efetivo e tornou o assunto uma caixa preta à sociedade, dando explicações gerais e evasivas. Para a Copa do Mundo, a PM apenas disse que, neste último governo, houve a contratação de 10 mil policiais (civis e militares) e que os últimos 2.500 soldados que estão em curso de formação, já quase 100% capacitados, foram colocados nas ruas junto aos policiais experientes para atuarem na segurança do Mundial. Mas não disse quantos destes 2.500 atuaram em Curitiba e demais locais onde eram esperados turistas. Apenas limitou-se a dizer que o efetivo era suficiente para a Copa.

O coronel reformado da PM, Eliseo Furquim, presidente da Associação de Defesa dos Direitos dos Policiais Militares Ativos Inativos e Pensionistas (Amai), estima que Curitiba e região metropolitana já tinham efetivo de rua aproximado de 2.200 policiais militares, sem contar os cerca de 300 que atuam em áreas administrativas, mas que foram colocados nas ruas para reforçar a vigilância. Dos 2.500 em curso de formação, ele estima que 1.500 foram deslocados para a grande Curitiba e o restante para Foz do Iguaçu e arredores turísticos. Com isto, a grande Curitiba contou, durante as duas primeiras semanas de Copa, com cerca de 4 mil policiais nas ruas. Eram tantos grupos de policiais no Centro – algumas esquinas chegaram a aglomerar mais de 10 – que a superpopulação militar foi capaz de inibir protesto marcado para acontecer na Praça Carlos Gomes, na noite de sexta-feira retrasada.

Tchau

Mas a população não deve ficar muito feliz. Segundo a PM, estes 2.500 policiais que estão concluindo a formação serão distribuídos em todo o Paraná. A corporação não revela quantos ficam ou vão embora, resumindo-se apenas a dizer que será avaliada a necessidade de cada localidade. Furquim estima que, dos 2.500 em formação, cerca de 300 devem permanecer por aqui, para abastecer os sete batalhões de Curitiba, região metropolitana e litoral.

A PM não descarta que o policiamento visto na Copa possa se repetir novamente na capital. Caso Curitiba abrigue outros grandes eventos, ou tenha necessidade específica, os policiais do interior podem ser remanejados a qualquer momento, pois a corporação já provou que é viável abrigar e organizar o trabalho de mais 1.500 pessoas.

Limite

A população também não deve esperar mais nenhum aumento de efetivo da Polícia Militar pois, segundo Furquim, o governo Estadual já está operando no seu limite da Lei de Responsabilidade Fiscal, que estabelece que a folha de pagamento de funcionários públicos (de todas as áreas) não ultrapasse o máximo de 40% das receitas líquidas. Só os salários dos 2.500 novos soldados que estão em formação (R$ 3.300) consomem do Estado mais de R$ 8 milhões por mês.

O coronel revela que, por ano, a PM perde cerca de 800 policiais em todo o Paraná, a maioria por aposentadoria. Pequena parcela sai de serviço por morte, licença de saúde, expulsão, entre outros motivos diversos. No entanto, são funcionários que continuam na folha de pagamento, mesmo aposentados ou mortos, já que os dependentes recebem pensão.

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