A crueldade com que foi morto Benedito dos Santos Vesceosk, 66 anos, espantou alguns de seus familiares que foram até a casa emprestada onde o homem morava, em uma chácara no quilômetro 122 da BR-277, Itaqui, em Campo Largo. O homem foi morto com cinco golpes de machado e duas panelas com comida foram jogadas sobre o corpo que estava caído ao lado do fogão a lenha. Ocorrido provavelmente no início da noite de sábado, o crime só foi descoberto às 10h de ontem, quando o dono da propriedade percebeu manchas de sangue na porta da residência.
Por enquanto, a única pista concreta é a arma do crime, cravada na raiz de uma árvore em frente à casa. Manchas de sangue no cabo do machado permitiram ao perito Carlos Henrique, da Polícia Científica, determinar que ele fora usado no assassinato. De acordo com a perícia inicial, Benedito recebeu dois golpes no braço, um no ombro e dois no pescoço (um abaixo do queixo e outro próximo à orelha). “Há indícios que houve reação por parte da vítima e ela e o autor teriam entrado em luta corporal”, comentou o perito, com base na bagunça deixada. No chão da cozinha, a pegada do assassino podia ser vista no sangue. “Ele entrou pela casa e deixou marcas do calçado”, relatou o sargento César, que atendeu a ocorrência junto com o cabo Bueno, do 17.o BPM.
Mistério
As pessoas que conheciam Benedito eram unânimes em afirmar que ele era um homem calmo, que pouco saía de casa e não tinha vícios. “Ele aguardava a aposentadoria como lavrador”, disse o dono da propriedade, que cedia a casa na qual a vítima morava. Na manhã de ontem, ele fora lidar com o gado e, como de costume, iria levar alimentos para Benedito. Quando se aproximou da porta da cozinha já percebeu algo errado, pelas manchas de sangue no chão. Chamou o homem pelo nome e, não obtendo resposta, entrou na casa e deparou com o cadáver. Não havia sinais de arrombamento, o que leva a crer que a vítima abriu a porta para seu assassino.
Como Benedito não tinha posses de valor, a possibilidade de latrocínio está praticamente descartada. Para os investigadores Bastos e Antôniom da delegacia da cidade, este é um caso de difícil solução devido à falta de indícios que possam apontar um suspeito. Na frente da propriedade passam muitas pessoas que “cortam caminho” para uma vila próxima.