Foto: Átila Alberti/Tribuna

Família descreveu ferimentos
nos dois meninos.

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Ao contrário do que se imaginava, os primos Rian Felipe Cunha Cubas, 4 anos, e Lucas Matheus Cunha de Oliveira, 7, não foram vítimas de afogamento. De acordo com o Instituto Médico-Legal (IML), as crianças, encontradas mortas na tarde de quinta-feira, em uma cava em Fazenda Rio Grande, foram assassinadas. Elas apresentavam lesões nas cabeças causadas por objeto contundente, talvez provocadas por pauladas.

Em princípio, o perito criminal Vitório Librelon contatou que os dois morreram afogados, mas a necropsia confirmou que eles foram vítimas de espancamento, e que não houve violência sexual. A família das crianças insiste em dizer que a violência foi ainda maior. "O Lucas está com dentes e costela quebrados e o nariz machucado. O Rian teve a orelha cortada, pescoço quebrado e está com marcas nos braços e no queixo", garantiu a tia das crianças Ângela Maria Cunha, 27.

O delegado de Fazenda Rio Grande, Antônio da Rocha, confirmou que Lucas e Rian tiveram fratura no crânio, mas disse que não há outras lesões nos corpos. "A impressão que temos é que eles estavam em pé e algum adulto os espancou, pois os ferimento foram de cima para baixo", disse o delegado.

Suspeitas

A família das vítimas acredita que os meninos flagraram alguém fazendo algo errado e, com medo que eles contassem o que viram, cometeu o crime. O delegado disse que esta é uma das principais linhas de investigação, entretanto, até ontem, não havia nenhuma pista do assassino. Dias atrás, a casa da avó dos meninos foi roubada. Há boatos que eles sabiam quem eram os assaltantes e por isso foram mortos.

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Os garotos desapareceram no início da tarde do último domingo, quando saíram de casa, no Jardim Colonial, para colher cana. Depois de várias buscas feitas pela família, polícia e corpo de bombeiros, os corpo foram avistados boiando em uma cava no mesmo bairro, a dois quilômetros da casa deles.

Protesto por mais segurança

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Com as cabeças enfaixadas, os corpos de Rian e Lucas foram velados na capela Santa Edwiges, no Jardim Veneza, em Fazenda Rio Grande. Os pequenos caixões estavam cercados por dezenas de parentes e amigos das famílias, que não se conformavam com a barbárie. Mais de 200 pessoas participaram do velório, e depois, ocupando três ônibus, seguiram para o Cemitério Municipal de Fazenda Rio Grande. Assim que os primos foram enterrados, a dor deu lugar à revolta.

Por volta das 17h, pelo menos 100 pessoas, muitas delas crianças, fecharam a BR-116, na entrada do município. Eles atearam fogo em galhos de árvores e a manifestação acarretou em congestionamento de mais de dois quilômetros.

Ao mesmo tempo que seguravam cartazes com pedidos de segurança e justiça, moradores gritavam exigindo a construção de um módulo policial na região e a presença de policiais na saída das escolas. Policiais militares e da Polícia Rodoviária Estadual acompanharam a manifestação, que durou cerca de uma hora. Os manifestantes prometeram ir, na segunda-feira, até a Prefeitura, para pedir mais segurança.