Foto: Lucimar do Carmo |
Funcionário do cemitério em Rio Branco do Sul mostra túmulo violado. Poucos mantêm o bronze. continua após a publicidade |
Cemitérios de diversas cidades do Paraná sofrem com criminosos que, entre outros delitos, buscam o bronze, muito utilizado em placas e outras decorações de túmulos. Os cemitérios tentam de todas as formas se proteger da ação daqueles que praticam os roubos. Além disso, muitos vândalos entram nos cemitérios apenas para danificar as peças. O bronze é o alvo porque tem valor de revenda no mercado.
No Cemitério Municipal de Rio Branco do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, são poucos os túmulos que ainda permanecem com as peças do metal. Os furtos vinham acontecendo há algum tempo, mas no ano passado a Prefeitura percebeu que a situação estava crítica. Diante disso, aumentou a iluminação do cemitério, com o objetivo de inibir a ação dos criminosos. ?Fizemos novas instalações e colocamos projetores em cada canto do cemitério. Com isso, ficou mais seguro para os freqüentadores e afastou os vândalos. Também colocamos no local uma empresa de vigilância. Desde então, os roubos cessaram?, explica Joelso Vilandez, secretário municipal de Desenvolvimento Urbano.
A iluminação é uma das possibilidades que estão sendo estudadas pela Administração dos Cemitérios Municipais de Cascavel (Acesc), na região oeste do Estado. O órgão verifica qual é a viabilidade econômica para que a noite nos cemitérios fique muito iluminada. ?É um absurdo a gente ter que gastar dinheiro público com isso, mas a situação é crítica. Mas esse parece ser o projeto mais viável para acabar com os roubos e o vandalismo dentro dos cemitérios?, comenta a superintendente Fátima Pertile.
A Acesc possui parcerias com a Polícia Militar, que faz rondas constantes nos três cemitérios municipais de Cascavel e em outros 28 localizados em distritos e na área rural do município. O maior deles, o Central, possui 52 mil metros quadrados, o que inviabiliza um monitoramento de 100% do cemitério ao mesmo tempo. Apesar disso, o órgão ainda consegue recuperar algumas placas de bronze que são danificadas e abandonadas por vândalos. As prefeituras de Cascavel e Rio Branco do Sul fazem queixas na polícia quando acontecem casos como estes. Mas as administrações municipais deixam claro que não são as responsáveis pelas investigações dos roubos.
A mesma situação vem acontecendo em Curitiba. No ano passado, foram registradas 90 ocorrências – entre roubos, furtos e vandalismo – nos quatro cemitérios municipais da cidade (Santa Cândida, Boqueirão, Água Verde e São Francisco de Paula). A Guarda Municipal, que faz o monitoramento dos cemitérios, deu início a um trabalho intensificado para coibir os crimes. O efetivo foi reforçado e aumentou o número de rondas noturnas. Além disso, os muros ganharam mais altura, para dificultar o acesso dos criminosos. ?O trabalho já surtiu efeito porque apenas 10 ocorrências foram registradas no primeiro trimestre deste ano?, destaca Carlos Celso dos Santos Júnior, diretor da Guarda Municipal.
As três cidades recomendam aos familiares que deixem de colocar placas de bronze nos túmulos. As mensagens podem ser gravadas em granito, por exemplo. As peças e outros tipos de decoração podem ainda ser feitos com outros tipos de material.