Os bandidos tomaram o cuidado de ocultar o corpo com madeira e outros objetos. |
O vigilante aposentado Valdo Antônio Cassol, 68 anos, foi assassinado a golpes de ripas, em sua casa, na Rua João Alfredo Jobbins, 12, em Campo Alegre, na Cidade Industrial. Já em adiantado estado de decomposição o corpo foi achado,às 11h45 de ontem, pela namorada e pela vizinha da vítima. Os autores do latrocínio roubaram R$ 1.200,00 e um televisor 20 polegadas. O corpo do aposentado estava embaixo de uma pilha de madeira e objetos.
O perito Alcebíades Rodrigues da Costa Neto, da Polícia Científica, informou que tudo indica que o aposentado foi morto a pauladas. “Inclusive, próximo ao corpo havia várias ripas pontiagudas, manchadas de sangue. Mas o diagnóstico final será dado após exames complementares no corpo, que serão realizados no Instituto Médico Legal”, ressaltou Alcebíades.
O perito disse que o autor do crime pode ter jogado a madeira e os objetos sobre o corpo para ocultá-lo ou deixou cair o madeirame sobre a vítima durante o espancamento. Antes de sair, o criminoso ainda fechou o portão de ferro e o cobriu com um lona preta, como o aposentado costumava deixar.
Achado
A vizinha Valéria Bastos Marangoni contou que estava fazendo almoço quando a namorada do aposentado, Anália de Oliveira Mota, 54 anos, chegou e perguntou por ele. “Ela perguntou se ele estava em casa. Eu disse que achava que sim. A Anália foi até lá e disse que estava tudo trancado”, contou Valéria. A mulher resolveu acompanhar Anália até a casa e retirou o plástico do portão. “Sentimos um cheiro forte. Vimos que não tinha cadeado no portão e entramos. Quando olhei no corredor vi a roupa do Valdo e a mão dele”, relatou Valéria. Assim que a namorada e a vizinha certificaram-se que o aposentado estava morto, Anália entrou na casa e sentiu falta do televisor. Depois foi ao local onde o dinheiro estava guardado e notou que também havia sumido.
Valéria disse que a última vez que viu Valdo foi no dia 23 de março, um domingo, data provável do latrocínio. “Ele era uma pessoa pacata. Gostava muito de ouvir rádio e cuidar do cachorro”, frisou. O cão estava dentro da moradia, deitado no sofá quando o cadáver foi encontrado.
Furtos
Valéria contou que em dezembro Valdo foi vítimas de ladrões duas vezes. Na primeira levaram R$ 300,00 e na outra R$ 12 mil. Em janeiro os ladrões arrombaram novamente a casa do aposentado e a de Valéria também. “Da casa dele levaram R$ 30,00. Na minha só arrombaram e reviraram”, disse a mulher. “Até falei para ele que era bom chamar a polícia. Mas, o Valdo disse que não adiantava nada porque não teria o dinheiro de volta e os ladrões poderiam voltar mais enfurecidos”, acrescentou a mulher.
O delegado José de Deus Alves Pereira, que atendeu o caso, informou que ouviu Anália logo após o crime. Segundo ele, a namorada informou que Valdo era uma pessoa muito econômica e costumava guardar dinheiro em casa porque não gostava de utilizar serviços bancários. A mulher salientou que havia convidado o namorado para morar em seu apartamento, logo após os furtos, mas ele disse que não gostava de pagar condomínio, além do que não teria como levar seu cachorro de estimação.
Por se tratar de latrocínio, roubo seguido de morte, o caso deverá ser encaminhado à Delegacia de Furtos e Roubos, que dará continuidade às investigações.