A Paróquia Nossa Senhora das Dores, mais conhecida como “Igreja dos Passarinhos” foi alvo de uma tentativa de roubo, na manhã de ontem. De acordo com o padre Gabriel Figura, o bandido seria o mesmo que assaltou o local há um ano, mas foi preso pela Polícia Militar. Agora teria voltado e só queria saber “onde estava o padre”. A igreja já foi alvo de marginais três vezes.
A secretária Mara Regina Bassani, que trabalha há mais de dez anos na paróquia, contou que estava fazendo faxina, indo levar caixas na lixeira, quando avistou dois suspeitos parados na calçada. Um deles a abordou, andando em direção à secretaria. “Ele queria o padre Gabriel, não parava de perguntar onde ele estava. Eu disse que não sabia, não fiquei com medo dele. Mas estava doido à procura do padre”, afirmou.
Ela conseguiu entrar na secretaria e trancar a porta. Vendo que não conseguiria nada, o suspeito tentou abordar uma moça que estava na gruta rezando, mas ela conseguiu correr. Ele não se cansou e entrou no salão principal da paróquia, onde estava a mãe de uma das crianças que faziam catequese. “Ele pediu as chaves do carro, dinheiro, celular, enfim, tudo, mas ela não quis dar e foi pra cima do ladrão. Quando vimos eles estavam em luta corporal no pátio da igreja”, contou Mara, que ficou desesperada ao ver a cena. Todos que ali estavam começaram a gritar, dizendo que iam chamar a polícia, até o que o marginal desistiu e fugiu.
Apelo
Gabriel contou que a paróquia está sofrendo com o que vem acontecendo há mais de quatro anos. Ele lembra que o primeiro assalto foi cometido por um casal bastante violento. “Fiquei sob a mira de uma arma por mais de meia hora. Tudo o que eles viam de bonito, eles levaram. Não sobrou nada daquela vez. Até os brincos das funcionárias não perdoaram”, desabafa. Falando da segurança pública de maneira geral, o padre ainda fez um apelo às autoridades, para que olhem com mais atenção às condições de trabalho dos policiais que realizam o trabalho preventivo na cidade. “Poderiam dar um salário melhor e consertar as viaturas estragadas”, relata.
Ele ainda faz uma denúncia, dizendo que há um prédio abandonada próximo à praça da Ucrânia que vem sendo usado por bandidos e usuários de drogas como “quartel general”.
Perseguição
O padre contou que às vezes parece ser perseguido, pois por onde ele anda há pessoas pedindo dinheiro ou abordando-o. “Eles sabem de tudo da gente. Quando vou ao banco, uso chinelo de dedos, boné, tudo para disfarçar. Semana passada, quando fui comprar pão, bem cedinho, já tinham dois me aguardando na porta da igreja pra pedir dinheiro”, descreveu.
O suspeito da tentativa de assalto de ontem não foi localizado.