A obsessão por cobras fez Renato Serra, 33 anos, furtar um espécime, por volta de meio-dia de ontem. Ele foi até o serpentário do Passeio Público, quebrou o vidro, com um martelo, e fugiu levando uma caninana, de aproximadamente um metro e meio.
A Guarda Municipal foi avisada do furto e conseguiu prender o rapaz na esquina das Ruas Riachuelo e Carlos Cavalcanti. Em seguida ele foi levado para o 1.º Distrito Policial (centro) e autuado em flagrante por danos ao patrimônio público e furto.
Renato disse que foi criado no mato e sempre se identificou com o animal. Ele contou que capturava cobras e, alguns dias depois, as soltava no mato. A “paixão” fez com que se tornasse freqüentador do serpentário, até o extremo de querer levar a cobra para casa. “Eu sabia que ela não é venenosa, ia levar pra casa, dar uma ‘curtida’ com meus amigos e depois levá-la de volta”, alegou.
Captura
O guarda municipal Artur disse que patrulhava os arredores do Passeio Público quando soube do furto. “Pegamos as características do ladrão e fomos atrás dele. Felizmente ele estava nas proximidades, levando a cobra em uma embalagem de água mineral cortada”, contou Artur.
O superintendente do 1.º DP, Adolfo Rosevics Filho, disse que Renato estava meio confuso e não explicou exatamente o que faria com o animal. “Ele disse que iria cuidar da serpente e depois devolvê-la”, disse Adolfo. Renato foi picado nas mãos e teve que ser medicado com soro antiofídico.
Chip
A caninana não é uma cobra venenosa e, junto com outras 16 serpentes, está no parque há seis anos. Todas elas são monitoradas por microchip. De acordo com Adinor de Paula, responsável pelo serpentário e funcionário do Passeio Público há 20 anos, essa foi a primeira vez que alguém roubou uma cobra. “Já tivemos outros casos parecidos. Uma vez roubaram um papagaio”, contou.