A mãe de Júlio César Barros, 19 anos, previa que ele morreria assassinado, mas não achava que seria tão cedo. O rapaz foi morto com dois tiros nas costas, na Rua Rui Barbosa, Jardim Iracema, em Almirante Tamandaré, às 21h de sexta-feira. Ele morava na mesma rua, junto com a mulher, a mãe e outros irmãos, e estaria correndo de volta para casa, quando foi baleado. Luciana Maria Barros acredita que o crime possa ter sido motivado por vingança, devido ao passado do filho.
Júlio estava com outras pessoas, mas nenhuma delas foi encontrada pelos policiais do 17.º Batalhão da Polícia Militar, para prestar esclarecimentos sobre o que aconteceu. “Sabemos apenas que ele estava próximo a um matagal, com outros jovens”, comentou o sargento Brito.
Silêncio
No Jardim Iracema, a lei do silêncio prevalece pelo medo da morte. “Aqui ninguém fala, porque pode ser morto ou pior, eles se vingam na família. Mesmo que meu filho tivesse sido baleado na minha frente, eu não falaria o nome do assassino. Temo pelo meus outros cinco filhos”, desabafou Luciana. Ela relatou que chegou em casa depois de mais um dia de trabalho como doméstica e encontrou o filho jantando. Depois, teria tratado a cachorra e saído de casa.
Julio já havia sido detido por roubos e furtos. “Alguém se vingou”, disse Luciana. Segundo ela, o filho estava “calmo” ultimamente e havia trabalhado com um tio, durante alguns dias, como carregador em mudanças. “Ele tinha conseguido comprar tênis novo e algumas roupas com o dinheiro honesto”, lembrou a mãe dele, sem esquecer que o passado criminoso do filho. O caso será investigado pela delegacia local.
