O dono de uma residência foi preso em flagrante por matar um suposto ladrão, na madrugada de ontem, na Rua Airton Duma, Vila Verde, Cidade Industrial. Arnaldo Antônio Stawny, 29 anos, afirmou que o homem tentava abrir a janela de sua casa e continuou a tentar invadir o local, mesmo após ser advertido. O morador permaneceu na casa até a chegada da Polícia Militar, e foi encaminhado ao Centro Integrado de Atendimento ao Cidadão (Ciac-Sul), onde foi autuado por homicídio pelo delegado Vinícius Carvalho.
Em depoimento, Arnaldo declarou que dormia quando escutou um barulho na janela, por volta das 2h. Ele acredita que duas pessoas tentavam invadir a casa. O morador se armou com uma pistola calibre 380 e, ao perceber que a janela se abria, mandou o invasor parar. Como não foi atendido, atirou. Em outro quarto, dormiam o funcionário da mesma empresa de construção civil em que trabalha e a mulher do empregado. Ele chamou o rapaz e pediu que ela ligasse para a polícia.
Proteção
Arnaldo alegou só saber que o suspeito tinha morrido quando a PM chegou. Ele contou o ocorrido e disse que estava apenas protegendo seu patrimônio. A arma, registrada há dois anos em nome de Arnaldo, foi encaminhada para perícia. De acordo com a polícia, ele tinha autorização para manter a pistola em casa. O rapaz não tem antecedentes criminais.
O suposto ladrão tombou na entrada da casa, com um tiro na barriga. Ele não estava armado quando foi achado, não portava documentos, e aparentava 18 anos. A polícia aguarda sua identificação para continuar as investigações. Ele vestia camiseta azul, calça jeans preta e tinha as palavras “vida loka” tatuadas no braço.
Defesa
Na tarde de ontem, Arnaldo contou que comprou a arma para se defender. “Tempos atrás, disparou alarme de carro na frente de casa. Imagino que queriam que eu saísse de casa para me assaltar”, justificou. “Nunca atirei em ninguém. Não tem problema ser preso. Eu tinha que dar proteção para as pessoas que estavam dentro da casa. Não estou arrependido de ter salvado a minha vida”.
Os policiais do 4.º DP (Boa Vista), que estavam de plantão no Ciac-Sul, continuam as investigações. Segundo a polícia, o detido só poderá ser solto mediante ordem judicial. “O juiz pode decidir pelo relaxamento da prisão, mas ele não deixará de ser processado”, explicou o superintendente Ivan Duarte.