O corredor do sexto andar do prédio comercial Bantiba, na esquina das avenidas Marechal Floriano Peixoto e Marechal Deodoro, ficou manchado com o sangue do vigia Antônio Dutra. Ele foi baleado ao flagrar um marginal furtando peças de um hidrante na escada do prédio. Antônio foi levado ao Hospital Evangélico, onde está internado em estado grave, e o criminoso conseguiu fugir ileso, levando a arma do crime. Os colegas da vítima não souberam precisar sua idade, comentando que Antônio teria entre 40 e 45 anos.
Há algum tempo, o furto de bocas de hidrantes (feitas de bronze) no edifício comercial tornou-se freqüente. Por isso, os quatro vigias, que se revezam em turnos, passaram a vistoriar com mais rigor as escadas do edifício, onde estão instaladas as mangueiras.
Por volta das 15h30, Antônio desceu as escadas dos 18 andares e, quando chegou entre o sétimo e o sexto andar, encontrou o marginal. O vigia tentou detê-lo, mas houve luta corporal e o criminoso conseguiu desarmá-lo. Com o revólver calibre 38, ele atirou três vezes, atingindo o segurança com dois disparos na cabeça e outro na perna.
O ladrão abandonou sua mochila, que já estava carregada com as peças furtadas, e fugiu pelas escadas, misturando-se entre os pedestres que andavam pelo centro. Algumas pessoas disseram que o marginal aparentava ter 30 anos, tinha cabelo castanho e curto e pele morena clara. Porém, o prédio comercial não dispõe de circuito interno de filmagem, o que dificultará a identificação do criminoso.
Socorro
O barulho dos tiros chamou a atenção dos demais funcionários do prédio, que encontraram Antônio agonizando na escada.
De acordo com o investigador Müller, da Delegacia de Furtos e Roubos, os socorristas do Siate arrastaram o vigilante até o corredor, onde ficaram por cerca de uma hora prestando os primeiros socorros.
A vítima foi levada ao Hospital Evangélico, onde foi submetida a uma tomografia e depois encaminhada ao centro cirúrgico. Até a noite de ontem, Antônio ainda lutava para viver. De acordo com o José Vieira da Silva, gerente de segurança patrimonial da Porsegur, a empresa irá prestar toda a ajuda necessária para Antônio, à família dele e à polícia.
O segurança tem duas filhas gêmeas de três anos e, ontem, ele retornou para o trabalho, depois de concluir o curso de reciclagem de cinco dias.