Júlio vestia terno e gravata
para entrar em prédios públicos.

A facilidade de circular livremente por órgãos públicos do Centro Cívico funcionou como convite ao furto de equipamentos de informática. Investigando dois casos semelhantes, a Delegacia de Furtos e Roubos prendeu em flagrante Júlio César da Silva Molina, 31 anos, e Jean Carlos da Silva, 24, acusados, respectivamente, de furtar e receptar máquinas compradas com dinheiro público.

Júlio César foi apanhado ao meio-dia de terça-feira, quando saía do Tribunal de Contas do Paraná. Segundo o delegado Antônio Procopiak Neto, da DFR, ele teria furtado duas CPUs, um scanner e uma impressora pela manhã. “Como foi fácil, voltou para apanhar mais peças, mas uma equipe policial já o aguardava”, falou o delegado.

O detido havia sido filmado pelo circuito interno da Vara da Fazenda Pública há dois meses, quando o órgão também foi alvo de furto. A imagem mostra um homem, muito parecido com Júlio César, entrando e saindo rapidamente da mesma sala onde um microcomputador desapareceu.

Cara-de-pau

Através da fita gravada em dezembro, funcionários do Tribunal de Contas o reconheceram, possibilitando a prisão. “Ele colocava camisa e gravata, fornecia número do RG na portaria e colocava o crachá. Então, vasculhava o prédio e colocava os equipamentos numa mochila grande”, afirmou Procopiak.

Detido, Júlio César informou o endereço das lojas onde deixou os equipamentos. Jean Carlos, preso por receptação, é proprietário de uma delas, na Rua Riachuelo, Centro. “Ele nem pode alegar que não sabia a origem dos produtos, pois tinham a etiqueta do Tribunal de Contas. O estranho é que a loja é de móveis usados”, disse o delegado, que investiga a possível ação de Júlio César em outros prédios públicos da capital.

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