José Simão Pietrowisky, 24 anos, mais conhecido por ?Djalma?, foi apresentado na delegacia de Piraquara, na tarde de ontem, como um dos participantes da saraivada de tiros que ocorreu na madrugada do dia 1.º de janeiro, no Jardim Guaraituba, naquele município. No local morreu Emerson da Fonseca Oliveira, 20 anos, e outras seis pessoas ficaram feridas. Dias depois, Laudelino Freire Araújo não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital.
O detido, que alega inocência no caso, foi reconhecido por duas vítimas, que ainda se recuperam dos disparos recebidos. O nome de um comparsa de ?Djalma? também foi revelado à polícia. Trata-se de um tal de ?Adãozinho?, que seria conhecido naquele bairro.
De acordo com o superintendente da delegacia, Valdir Bicudo, ?Djalma? não mata ninguém para roubar. ?Ele é justiceiro. Faz a segurança de alguns comerciantes do Jardim Guaraituba e Holandês. Quando tem a notícia de assaltantes agindo na área, recruta comparsas e sai atrás?, disse o policial. Por contar com a simpatia de alguns comerciantes, sua prisão foi difícil de ser concretizada. ?Estávamos atrás dele desde o crime, quando foi comentada a sua participação?, explicou Bicudo.
Justiceiro
A fama de ?justiceiro? acompanha ?Djalma?. Em março do ano passado, ele foi preso por policiais da delegacia de Piraquara, acusado de ter matado Hamilton da Lima Gomes, 22, conhecido por ?Neguinho?. Com ele foram apreendidas uma carabina calibre 12, uma pistola calibre 380 e um revólver calibre 32. Na época, a polícia levantou que ?Neguinho? era viciado em drogas e praticava furtos na região.
Sobre as acusações impostas a ele, ?Djalma? as contesta friamente. ?Não sou justiceiro. Trabalho na vila. O pessoal me respeita e meu último emprego foi como segurança de um mercado. Não participei dessas mortes (Emerson e Laudelino) e sobre o ?Neguinho?? fui absolvido por falta de provas?, disse.
O superintendente Bicudo espera o comparecimento de outras vítimas à delegacia que possam reconhecê-lo. ?Além dos feridos, a irmã de um dos mortos também aponta ?Djalma? como participante do tiroteio. No dia 1.º pipocaram mais de 50 tiros no local?, afirmou o policial.
Crime
José Augustin, que recebeu sete tiros mas sobreviveu, contou que o tiroteio aconteceu sem nenhuma motivação específica. ?Eu estava com mais dois colegas tentando tirar o carro que estava encalhado. De repente chegou o grupo, e um deles chegou a dizer ?feliz Ano Novo?. Em seguida puxou a arma e começou a atirar. Os outros fizeram a mesma coisa. Eu e meus amigos apenas tentamos nos esconder?, relatou. A polícia encontrou vários projéteis no local e calcula que foram disparados mais de 50 tiros, somando os que atingiram os feridos e os mortos. ?Acredito que foi uma disputa para saber quem tinha mais poder?, deduziu Bicudo. Quem tiver informações sobre o paradeiro de ?Adãozinho? e reconhecer ?Djalma? como autor de algum delito, deve entrar em contato com a delegacia local pelo telefone 673-2460.