A desembargadora Sônia Regina de Castro, da 3.ª Câmara da Vara Criminal do Tribunal de Justiça, negou ontem o pedido de habeas corpus a Juarez Ferreira Pinto, 42 anos.

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Em seu despacho afirmou que embora Paulo Delci Unfried, 32, tenha assumido o crime do Morro do Boi, sua confissão não é suficiente para “descontruir” os indícios de autoria que pesam contra o primeiro acusado. Os advogados de defesa de Juarez, Nilton Ribeiro de Souza e Mário Lúcio Monteiro Filho, não devem recorrer da decisão.

Juarez permanece preso na Casa de Custódia, em Araucária, onde está recolhido desde de 17 de fevereiro. Ele era tido como o principal suspeito de matar Osíris Del Corso, 22 anos, e balear Monik Pergorari de Lima, 24, que ficou paraplégica, em janeiro deste ano, no Morro do Boi, em Caiobá.

O caso teve uma reviravolta após Paulo confessar à polícia e ao Ministério Público a autoria do crime. Paulo havia sido preso por outro crime no litoral, desta vez por estupro, no último dia 24.

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No documento, a desembargadora manteve o pedido de segredo de Justiça decretado pela Vara Criminal de Matinhos. Este foi o segundo pedido de habeas corpus negado pela Justiça a favor de Juarez.

Em 2 de julho, o juiz Rafael Luís Brasileiro Kanayama, da Vara Criminal de Matinhos, não acatou a revogação da prisão preventiva, alegando que o reconhecimento feito por Monik é prova suficiente para mantê-lo preso.

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Essa questão foi destacada pela desembargadora Sônia. Para ela, sua decisão pautou-se notadamente no reconhecimento do réu pela vítima. “Que o fez e manteve de forma categórica tanto em juízo quanto perante a autoridade policial”, sentenciou.

Defesa

Os advogados de defesa registraram que a decisão da desembargadora é “extremamente coerente e sensata”, e que a acatam com respeito. Em face do juízo, declararam que neste momento não deverão recorrer do parecer e vão aguardar a audiência de reconhecimento do próximo dia 23, entre Paulo e Monik, para emitir novos pronunciamentos em virtude da manutenção do segredo de Justiça do caso.

Promotoras

Ontem à tarde, a promotora Fernanda Maria Motta, do Ministério Público de Matinhos, foi informada da decisão da desembargadora pela assessoria do órgão na capital.

Por meio da assessoria, informou que não irá se pronunciar sobre a questão até o término das investigações pelo órgão. Fernanda deverá ser a única promotora a acompanhar a acareação do dia 23, em razão da promotora Carolina Dias Aidar, que atuava no caso, estar de férias até o dia 30 deste mês. O MP e a polícia também não definiram a data em que vai ser feita a reconstituição do crime, segundo a versão de Paulo.

Na última semana, as promotoras de Matinhos também se posicionaram contra o relaxamento da prisão e emitiram parecer pela permanência de Juarez na cadeia.

No mesmo dia, a defesa entrou com novo pedido de soltura no TJ-PR, baseado na confissão de Unfried e no resultado positivo do exame de balística feito na arma encontrada com ele.