Policiais do Núcleo de Repressão aos Crimes contra a Saúde (Nucrisa) cumpriram mandados de prisão contra funcionários do Hospital Evangélico, na manhã de sábado. Três médicos estão presos e uma quarta pessoa deve se apresentar ainda hoje.

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Os mandados de prisões temporárias por 30 dias estão relacionados com a investigação de mortes na UTI. Com o inquérito correndo em segredo de Justiça, a Polícia Civil não deu detalhes sobre qual envolvimento dos detidos com a médica Virgínia Soares de Souza, presa terça-feira, acusada de homicídio qualificado.

Os médicos anestesiologistas Edison Anselmo da Silva Junior e Maria Israela Cortez Boccato foram presos em casa, por volta das 6h30. A irmã da Maria Israela, Luciane Boccato, disse desconhecer o motivo da prisão da irmã, que há um ano e meio não trabalhava mais no hospital, no qual ficou por sete anos. “Ela saiu de lá por falta de pagamento. Ela nunca viu nada, tudo que aprendeu foi com a doutora Virgínia e o marido dela”, explica Luciane. Ela acrescentou que a irmã reconhecia que a médica era ríspida, porém, considerava “postura normal dentro de uma UTI”.

Anderson de Freitas, também anestesiologista, se apresentou na sede do Nucrisa, por volta das 11h20. Ele estava em Santa Catarina e retornou depois de informado sobre o mandado de prisão. A polícia ainda procura uma quarta pessoa, que seria enfermeira. Ela não estava em casa e deve se apresentar hoje.

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Caso

Enquanto os médicos eram ouvidos no Nucrisa, o motorista Claudinei Silva do Conto tentava conversar com os policiais para relatar a perda da sua esposa. Ele acredita que Edna Alves Luciano, que morreu em agosto, pode ter tido a vida abreviada na UTI. Edna teria sido internada no dia 16 de agosto para ter o segundo filho, e morrido no dia 24. “Só me falaram que o coração não aguentou. Ele teve o filho, aí teve complicações, foi fazer outra cirurgia para fazer uma limpeza, levaram para a UTI e ela morreu”, conta o motorista.

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Esclarecimento

Em nota enviada pela Polícia Civil, a titular do Nucrisa, Paula Brisola, esclareceu que Virgínia era diretora da UTI geral do Evangélico, mas não era intensivista e outro médico assinava por ela como chefe da UTI do hospital.