Justiça Federal recebe denúncia do “Big Brother”

A juíza federal Anne Karina Stipp Amador Costa, da 1.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, recebeu ontem denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) contra os envolvidos no chamado caso "Big Brother". Além dos acusados já presos – os advogados João Bosco de Souza Coutinho, Michel Saliba Oliveira, José Lagana e Silvio Carlos Cavagnari, e o técnico em informática João Marciano Oddpis -, o MPF denunciou também os advogados Jorel Salomão Khury e José Xavier Silva, o analista de sistemas Cláudio Luiz Agner Rodrigues e o publicitário Sinei Geraldo de Oliveira Silva, todos pela prática dos crimes de formação de quadrilha, estelionato e corrupção.

A denúncia foi apresentada no dia 22, à 2.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, mas acabou redistribuída à 1.ª Vara Federal Criminal, já que ficou provado que não houve crime contra o sistema financeiro nacional ou de lavagem de dinheiro, especialidades da 2.ª Vara. A juíza Costa somente não aceitou denúncia de tráfico de influência, imputado a Khury. O MPF informou, porém, que não vai retirar a denúncia e que pretende esclarecer a magistrada sobre os indícios contra o advogado.

As próximas etapas da ação penal prevêem interrogatório dos réus, das testemunhas de acusação, definidas pelo MPF, e testemunhas de defesa. Os acusados que estão presos começarão a ser ouvidos pela juíza já na próxima semana. O MPF disse que espera um processo rápido, já que as provas são contundentes.

Títulos

Segundo a denúncia, os réus tentaram utilizar títulos vencidos da Eletrobrás, da década de 60, para obter liminares e resgatar os valores. Eles são acusados de tentar realizar a fraude em três ocasiões, uma em Araucária e duas em Curitiba, mas com apenas dois grupos de títulos, em valores que beiram os R$ 100 milhões.

Nos golpes, os acusados tentavam subornar gerentes do Banco do Brasil, utilizavam pessoas interpostas ("laranjas") para propor as ações e solicitavam vantagens a magistrados para influir em decisões judiciais. Em nenhuma das ocasiões os réus conseguiram sacar os valores solicitados.

As prisões foram efetuadas em fevereiro pela Polícia Federal, durante a chamada "Operação Big Brother". A PF investiga ainda a participação dos envolvidos em outras cidades, podendo inclusive, haver a participação de juízes. Um juiz de Cascavel está afastado e é investigado pelo Tribunal de Justiça.

O empresário pernambucano Paulo Sampaio também havia sido preso durante a operação. Foi o único que conseguiu a liberdade. Segundo o MPF ele não foi denunciado por falta de provas, mas o órgão lembra que apenas não ficou provado seu envolvimento nos casos apresentados à Justiça e ele pode responder em outros casos.

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