A Justiça só deve definir no início do ano que vem se a médica Virginia Soares de Souza, suspeita de apressar a morte de sete pacientes na UTI do Hospital Evangélico, será submetida a júri popular. Ontem, durante a segunda audiência de instrução do caso, que deu segmento ao depoimento das testemunhas de acusação, familiares de pacientes, que supostamente tiveram a morte antecipada por Virginia e sua equipe, na porta dos fundos do Tribunal do Júri, no Centro Cívico, e pediam mais rapidez na conclusão do processo.
“Não queremos que essa história seja esquecida, por isso viemos acompanhar a audiência, assim como faremos nas próximas. Estamos nos mobilizando pelas redes sociais para reunir parentes de todas as vítimas e pressionar a Justiça”, disse José Moreira, genro de Florêncio Odilon Pereira, 78 anos, que morreu na UTI do Hospital Evangélico em 14 de setembro do ano passado. Segundo os familiares, no prontuário de Florêncio consta que ele recebeu o coquetel de sedativos para apressar a morte.
Ouvidos
A primeira audiência, anteontem, terminou por volta das 4h e foram ouvidas sete testemunhas. Virgínia e seu advogado, Elias Mattar Assad, acompanham os depoimentos. Ontem, até as 22h, quatro dos 11 depoentes tinham sido ouvidos. Além dos sete casos em que ela é suspeita de apressar a morte, a polícia acredita que pelo menos 300 pacientes tiveram o mesmo fim. O processo está em segredo de justiça.