Justiça decide destino de acusado de crime em Caiobá

Está confirmada para às 13h30 de amanhã, a audiência a ser realizada na 3.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, para apreciar o pedido de habeas-corpus de Juarez Ferreira Pinto, 42 anos, acusado de latrocínio ocorrido no Morro do Boi, em Caiobá. Três desembargadores decidirão pela soltura ou não do acusado, que está no xadrez desde 17 de fevereiro.

O advogado de Juarez, Nilton Ribeiro, fará sustentação oral da defesa, apresentado pontos falhos existentes no processo e enfatizando que outro homem (Paulo Delci Unfried, 32) foi preso com a arma do crime, em junho passado.

Paulo chegou a confessar a autoria, mas voltou atrás e disse ter sido torturado para fazer a confissão. Ele foi solto a pedido do Ministério Público na sexta-feira passada, embora esteja indiciado em cinco inquéritos por assaltos e estupro.

Desdobramento

Se os pais de Monik Pergorari de Lima, 23, e de Osíris Del Corso, 22, vítimas do atentado ocorrido no Morro do Boi, não gostaram da forma como a imprensa noticiou uma reviravolta no caso a partir da prisão de Paulo, afirmando que tudo não passou de uma “manobra da defesa” para inocentar Juarez, deverão gostar menos ainda da atitude dos advogados Nilton Ribeiro e Mário Lúcio Monteiro, que hoje entrarão com interpelação judicial na Vara de Inquéritos de Curitiba, para que Sérgio Del Corso e Lourival Pergorari da Silva (pais de Osíris e Monik), expliquem o que quiseram dizer com “manobra da defesa”.

Ribeiro e Monteiro, sócios no escritório de advocacia, ficaram indignados com o comentário dos pais das vítimas. “Se eles estão insinuando que agimos de forma ilegal ou coisa assim, terão que provar. Somos honestos e temos nomes a zelar”, disse Ribeiro.

Complicado

O “caso do Morro do Boi”, como passou a ser chamado, há muito poderia ter sido resolvido ou pelo menos não ter sido bombardeado com tantas dúvidas, se a polícia e o Ministério Público de Matinhos, tivessem um pouco mais de cautela.

Juarez foi preso como suspeito devido a sua semelhança com o retrato falado feito por Monik e foi denunciado pelo MP com base no reconhecimento feito pela vítima, sem que houvesse uma única prova material contra ele. Não houve qualquer preocupação em materializar as acusações contra Juarez, juntando provas.

Como a própria Monik prestou várias informações contraditórias ao longo do inquérito (disse que havia sido estuprada, depois desmentiu; reconheceu uma camiseta achada no morro, como sendo a do assassino, e desmentiu; disse que não tinha sido roubada e depois lembrou que o assassino levou R$ 90,00), o reconhecimento que fez passou a ser objeto de dúvida, especialmente para a defesa do acusado.

Quatro meses depois, Paulo Unfried, procurado por roubo e estupro em Matinhos e Pontal do Paraná, é preso por policiais militares com a arma usada no crime do morro.

O caso passa a ser investigado em segredo de Justiça pelo Gaeco (braço armado do Ministério Público), que misteriosamente pede a soltura de Paulo, sem explicar porquê.

O comentário dos pais dos jovens dá a entender que o Gaeco estaria “bancando” a informação que houve uma “manobra” para inocentar Juarez, por ser ele irmão de um policial civil.

Há informações de que a vida do policial foi vasculhada nas diligências, na tentativa de provar que ele teria “plantado” o revólver na mão de Paulo e, de alguma forma, o obrigado a assumir o crime.

Ainda ontem, outros boatos davam conta de que o Gaeco estava realizando uma operação especial para desvendar todos os detalhes do caso e que muita gente iria “cair” por conta disso. Por enquanto são apenas boatos.

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