Caso Evangélico

Justiça concede liberdade para a doutora Virgínia

Depois de 29 dias presa, a médica intensivista Virgina Helena Soares de Souza, ex-chefe da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Evangélico, ganhou a liberdade, por volta das 16h15 nesta quarta-feira (20). Ela foi denunciada pelo Ministério Público do Paraná por sete homicídios duplamente qualificados. O alvará de soltura foi assinado pelo juiz Daniel Surdi de Avelar, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, que aceitou o pedido do advogado Elias Mattar Assad. Mas a promotoria do Ministério Público garantiu que vai recorrer da decisão e tentar reverter a liberdade.

A médica, que estava em uma cela especial no Centro de Triagem I, saiu em silêncio e, segundo o advogado, foi para casa descansar, aproveitar o momento para reflexão. Dos cinco presos envolvidos no processo, ela foi a última a sair da cadeia. Os outros três médicos e uma enfermeira foram liberados na sexta-feira passada.

Segundo o advogado de defesa da médica, não existe a possibilidade de ela ser presa novamente antes do julgamento, que não tem data marcada. “O processo é grande e ela é acusada de sete homicídios, os casos deverão ser julgados separadamente, para cada caso, testemunhas específicas, ou seja, centenas de pessoas devem ser arroladas antes desse caso ir a júri”, explicou.

Além dos sete homicídios duplamente qualificados, a médica é acusada de formação de quadrilha entre janeiro de 2006 e fevereiro de 2013. Ele á apontada como sendo a chefe do grupo que comandava um esquema no qual, por uso de medicamentos conjugados, antecipava a morte e definia qual dos pacientes, internados na UTI, deveriam morrer.

Segundo a assessoria de imprensa do Ministério Público, o promotor Paulo Lima ainda não tomou ciência da decisão judicial que concedeu a liberdade, mas considerando a repercussão e o fato da médica ser suspeita de liderar a quadrilha, já adiantou que vai recorrer da decisão.