Tomado por ódio, Anderson Ferreira da Silva, 18 anos, o ?Feijão?, matou a tiros Pedro Francisco Ramos Filho, 35, e feriu gravemente o sobrinho de Pedro, de 16 anos. O crime foi dentro da floricultura da vítima, na Avenida Iraí, em Pinhais, às 11h de sábado, com grande movimento no comércio, o que gerou pânico em muita gente. Pedro morreu a caminho do Hospital Cajuru, com um tiro no pescoço. Seu sobrinho, também alvejado no pescoço, permanece internado em estado grave.
Em entrevista à Rádio Difusora, Anderson assumiu o crime e ressaltou que não queria matar Pedro. Seu alvo era o adolescente, porém Pedro entrou na frente para defender o sobrinho e acabou levando os tiros. Anderson lamentou a morte de Pedro, e sobre o adolescente disse: ?Espero que ele morra?.
Crime
Na domingo da semana passada, Anderson estava se divertindo com a namorada em uma danceteria, em Pinhais, e no meio da noite, alguns rapazes, entre eles Wilton Ramos Xavier Góes, 19 anos, o irmão dele, de 16, e mais outro adolescente, de mesma idade, quiseram ?roubar? a garota de Anderson. Ele defendeu a namorada, Kaiulani Alves de Lima, 18, e foi embora da danceteria. Quando o casal se aproximou da casa de Kaiulani, na Rua Graça Aranha, Vargem Grande, em Pinhais, dois dos rapazes (Wilton e um adolescente) chegaram em uma moto e atiraram contra Anderson. Ele se jogou no chão para fugir dos tiros, porém Kaiulani não teve a mesma atitude e foi baleada na cabeça. ?Vi minha namorada no chão, dizendo que me amava. Depois de dizer te amo ela começou a dizer meu nome e, em seguida, a respiração dela foi ficando mansinha e não resistiu?, contou.
Anderson justificou seu ato como uma forma de revolta, pois a polícia chegou a apreender os dois adolescentes acusados do crime e a Justiça os soltou. ?A polícia identificou todos os envolvidos, apreendeu os dois adolescentes e, em seguida, a Justiça solta ele? Isso me revolta! Tá tudo errado! Como a justiça não foi feita, eu tive que fazer do meu jeito. Eu sei que não sou juiz, mas meu ódio foi muito grande, fiquei cego (sic)?, explicou Anderson, que foi preso em flagrante e autuado por homicídio, passando de vítima a criminoso.
Para praticar o crime, o jovem confessou ao superintendente Valdir Bicudo, da delegacia de Pinhais, que comprou a arma, um revólver calibre 38, no Jardim Holandês, em Piraquara, no mesmo dia em que os adolescentes foram liberados. Wilton está foragido e por não ter se apresentado espontaneamente, teve sua prisão preventiva decretada pelo delegado José Franco.