Pouco mais de dois anos depois da realização do que se chamou da ?maior operação da história do Paraná?, que visava desarticular um grupo de extermínio supostamente comandado por policiais do 13.º Distrito, a Justiça absolveu todos os acusados, concluindo que os eles nunca formaram uma quadrilha. A ?Operação Tentáculos? envolveu 400 policiais federais, civis e militares e, na época, a Secretaria de Segurança Pública do Paraná divulgou que as investigações duraram cinco meses. Hoje nenhum dos acusados está preso em razão da operação.
Na manhã do dia 16 de junho de 2005 foram cumpridos 27 mandados de prisão, 85 mandados de busca e apreensão e cinco pessoas foram presas em flagrante. Na época, foi divulgado que o grupo teria planejado a execução do major Pedro Plocharski, 49 (então sub-comandante do 13.º Batalhão da PM), ocorrido em janeiro daquele ano. Porém, durante o processo só surgiram indícios de que os acusados Moacir Possamai Girardi (ex-soldado) e Alberto da Silva Santos (tenente) estavam envolvidos na morte do major, mas não foi comprovado que os dois pertenciam a uma quadrilha. Eles foram pronunciados e deverão sentar no banco dos réus no Tribunal do Júri para responder pelo assassinato.
Desmembramento
Devido a complexidade do caso a Justiça decidiu desmembrar os processos dos acusados. Em um dos processos, a juíza Elizebeth Nogueira Calmon de Passos, da 1.ª Vara Criminal de Curitiba, absolveu os acusados de formação de quadrilha: Moacir Possamai Girardi (ex-PM), Alberto da Silva Santos, Eder de Souza Conde, Ademir Leite Cavalcanti, Adilson Nazaeth Conde, Sandro Delgobo (ex-PM), Ari Camargo, o advogado Peter Amaro de Souza, Adilson Nazareth Conde, Arilson de Lima da Cunha, Jean Carlos Ferreira de Morais, Rui Nóe Barroso Torres, José Nilson de Lima, Arivaldo Wanke e Carlos Alberto Nunes da Silva.
Durante a operação também foi divulgado que os irmãos Eder e Adilson Conde seriam os responsáveis pelo tráfico de drogas na Vila Nossa Senhora da Luz. Porém a juíza entendeu que ?há apenas relatos feitos ao disque-denúncia, mas nunca foi encontrado qualquer tipo de droga com eles?. Também nada foi comprovado contra o ex-policial Sandro Delgobo -também acusado de envolvimento com o tráfico de drogas.
Condenados
Só foram condenados João Carlos de Atayde – quatro anos de reclusão – e Clodoaldo Marques de Almeida – cinco anos de prisão. Os dois foram presos em flagrante portando cocaína, no dia da operação. Mas a juíza entendeu que eles não têm ligação com o restante dos acusados.