Júri popular adiado deixa juiz indignado

Ficou para o próximo dia 12 o julgamento do delegado Maurício Bittencourt Fowler, do policial civil Daniel Luís Santiago Cortes e do escrivão Carlos Henrique Dias, que deveria acontecer ontem, mas foi adiado porque os advogados de dois dos réus protocolaram atestados médicos e o terceiro defensor foi viajar. Os três réus seriam julgados por crimes conexos ao homicídio que vitimou o estudante Rafael Zanella, 20 anos, no dia 28 de maio de 1997.

O adiamento deixou o juiz Ronaldo Sansone Guerra, da 2.ª Vara Criminal, que foi designado para realizar o julgamento, irritado, fazendo com que se referisse ao jurados, para lamentar o adiamento. ?Falei para os jurados que eu e eles éramos obrigados a estar ali e julgar. Já os réus arrumam um outro advogado, que acham que é melhor, e sempre é adiado?, comentou. ?Independente do resultado, eu só queria julgar, acho que casos como estes não podem demorar tanto tempo para ir a julgamento. Fiquei chateado com o adiamento?, disse. ?É comum os réus trocarem de advogados em cima da hora para adiar o julgamento. A única coisa que quero é dar uma resposta à sociedade?, afirmou o juiz.

Ele ainda enfatizou que fica aflito quando um fato que aconteceu há dez anos é adiado por tempo indeterminado, mas que ficou feliz por poder marcar o júri para o próximo dia 12. ?A sociedade tem razão quando fala que a Justiça é morosa. A legislação brasileira deveria ser revista?, disse Guerra aos jurados. ?Acho que fui mal interpretado. Nunca tive a intenção de ofender advogados ou qualquer pessoa que seja. Só fiquei indignado?, concluiu.

Advogado critica magistrado

O advogado Cláudio Dalledone Júnior ficou indignado com as declarações do juiz Ronaldo Sansone Guerra. ?Ele falou contra advogados perante os 21 jurados, que serão os mesmos que deverão participar do julgamento no próximo dia 12?, comentou o defensor. ?Me revoltei com as declarações. O juiz não está com equilíbrio emocional para presidir o julgamento. Se ele tem vergonha de ser juiz, eu não tenho de ser advogado?, argumentou Dalledone.

Ele disse ainda que os advogados Antônio Henrique Amaral Rabello de Mello (defensor do escrivão Carlos Henrique Dias), e Osman de Santa Cruz Arruda (que defende o policial civil Daniel Luís Santiago Cortes), realmente adoeceram e juntaram atestados médicos, como prevê a lei. Quanto ao outro defensor, do delegado Maurício Bittencourt Fowler, Arnaldo Faivro Busato Filho, que pediu prazo para tomar conhecimento do processo, Dalledone também disse que há previsão legal.

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