Um dos crimes que mais chocaram no fim da década de 90 deve ter um desfecho hoje. O acusado de assassinar a fotógrafa Leila Cristina Wright, 36 anos, vai à júri popular a partir das 13h, no 10.º andar do Tribunal de Justiça. O réu é o primo da vítima Pedro de Castro Nowacki, que segundo investigações da época, matou-a por ser apaixonado por ela.
Rubens Recalcatti, titular da Delegacia de Homicídios, contou que, naquele final de noite, em novembro de 1997, entrou na residência da fotógrafa, no Jardim Social, e a encontrou amarrada com fios de luz e mais de 30 facadas, além de alguns sinais de tortura. Não havia indícios de arrombamento na casa. O carro de Leila havia desaparecido, mas foi encontrado no dia seguinte, abandonado na cruz do Pilarzinho.
Testemunhas
As investigações apontaram Pedro como o assassino e motivação passional. Ele ficou alguns meses preso. No inquérito policial, foram arroladas seis testemunhas, vizinhas de Leila, além da gravação com ameaças feita pelo telefone da vítima cerca de duas semanas antes do crime.
O maior receito do irmão dela, João Paulo Wright, é o comportamento das testemunhas durante o julgamento. “O crime foi de uma violência muito grande. Você não imagina o medo das testemunhas. Uma moça chegou a desmaiar no depoimento”, conta.
Política
O pai de Leila, Paulo Stuart Wright, foi militante político de esquerda. Paulo foi deputado estadual em Santa Catarina, mas teve o mandado cassado em 1964 e viveu na clandestinidade até 1973, quando desapareceu na Operação Bandeirante. Em 1994, Leila participou, com outras mulheres, de manifestações em Brasília, em memória dos mortos e desaparecidos políticos.