O julgamento de Beatriz Cordeiro Abagge, marcado para o dia 28 de abril deverá ser adiado novamente. Desta vez o adiamento foi motivado pela renúncia do defensor, Adriano Sérgio Nunes Bretas. O advogado não quis comentar o motivo que o fez deixar a causa, dizendo apenas que não houve correspondência entre os interesses da acusada e os dele. No entanto, Bretas foi enfático ao dizer que Beatriz é inocente e que todo o processo que envolve o “caso Evandro”, como ficou conhecido o assassinato do menino Evandro Ramos Caetano, 6 anos, ocorrido em Guaratuba há quase 20 anos, é um “amontoado de erros”, confirmando o que a série de reportagem Tribuna na Justiça, publicada entre janeiro e fevereiro últimos pelo Paraná Online, já havia adiantado.

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Bretas revelou que fez um estudo minucioso de todo o processo, que conta com mais de 70 mil páginas, e que pode assegurar que existem vários pontos que permitem pedir a nulidade dos atos policiais e da Justiça, mesmo decorridos tantos anos. “Este processo é nulo. É vergonhoso saber que a Justiça deu prosseguimento a um caso tão mal apurado e cheio de erros, a iniciar pela tortura a que foram submetidos todos os sete acusados”. Ele se referia a Beatriz e sua mãe, Celina Abagge, acusadas de ter participado da morte do menino em um suposto ritual de magia negra, juntamente com Osvaldo Marcineiro, Vicente de Paula Ferreira e David dos Santos Soares (que foram condenados, os dois primeiros, a 20 anos e 2 meses de reclusão, e o terceiro a 18 anos e 8 meses, em abril de 2004), e Airton Bardelli dos Santos e Francisco Cristofolini foram absolvidos em junho de 2005.

Beatriz e Celina foram absolvidas mais longo júri popular da história da Justiça brasileira, em março de 1998, e no final, os jurados as inocentaram. Mas o júri foi anulado em abril de 2009. Celina, por ter mais de 70 anos, não será julgada outra vez.

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