Juntos até a morte!

O choro contínuo e desesperado de um menino de 4 anos revelou um crime bárbaro ocorrido na casa de número 37 da Rua Clevelândia, Jardim Paloma, em Colombo. Dentro do quarto, a avó da criança, Ivete Alves da Silva, 44 anos, e o amásio dela, Ivo da Silva Lima, 28, foram executados a tiros durante a madrugada de ontem. A vida pacata e modesta das vítimas compõe um quadro misterioso para a polícia elucidar.

Ivete e Ivo foram surpreendidos enquanto dormiam. O matador arrombou a fechadura e tirou as vítimas da cama, ordenando-as a deitar de bruços sobre um colchão estendido no piso. Ali os dois foram mortos com vários tiros na cabeça.

Além da vítimas, estava na casa apenas o neto de Ivete, de quatro anos. O choro ininterrupto do menino despertou a atenção dos vizinhos, que descobriram o duplo assassinato e chamaram a polícia às 6h30. A Polícia Científica estima que o crime ocorreu entre as 2h e as 3h de ontem.

Em conversa informal com moradores, policiais da delegacia do Alto Maracanã souberam que o casal tinha vida tranqüila e nunca enfrentou problemas com a polícia. Ivo era motorista de uma loja de produtos agropecuários, de propriedade de um vereador de Colombo, e Ivete também tinha emprego fixo. Eles viviam em casas separadas – as mortes ocorreram dentro da residência da mulher.

Hipóteses

O delegado Messias Antônio da Rosa trabalha com três linhas de investigação. A primeira é de crime passional. “Ivete brigava com o ex-marido e rompia e reatava o relacionamento com Ivo”, falou o delegado. As outras são de vingança ou queima de arquivo, hipóteses levantadas pela frieza com que o assassino agiu. “Possivelmente as vítimas eram conhecidas do matador. Elas não ofereceram resistência e deitaram no colchão para morrer”, falou Messias, ressaltando que não havia sinais de luta dentro da casa.

Uma única testemunha aponta que o assassino era negro e entrou na residência sozinho. A polícia ainda não tem nomes de suspeitos. “Parentes do casal poderão nos dizer se recebiam ameaças ou teriam dado algum motivo para vingança desse porte”, concluiu Messias.

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